Acordo de Cooperação visa à prevenção de degradações no Pantanal

Um Acordo de Cooperação assinado na segunda-feira, 8/5, entre a UFMS e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) tem como objetivo promover um diagnóstico das nascentes da Bacia do Alto Paraguai e de seus principais cursos hídricos visando à prevenção de futuras degradações no Pantanal. Além do Reitor, Marcelo Turine, e da Diretora Presidente do IHP, Márcia Rolon, estiveram presentes o responsável pelas Relações Institucionais do IHP, Ângelo Rabelo, e os professores do Câmpus do Pantanal (CPAN/UFMS), Beatriz Lima de Paula Silva e Aguinaldo Silva.

Ângelo Rabelo explicou que o Instituto Homem Pantaneiro, localizado em Corumbá (MS), já existe há mais de dez anos e é responsável pela gestão de áreas da Serra do Amolar. Por se tratar de um sítio do Patrimônio Natural Mundial do Pantanal, o Instituto buscou identificar os riscos e ameaças futuros à região. “Percebemos que eles estão nas nascentes, por isso visitamos, nos últimos cinco anos, cada uma delas para entender efetivamente sua situação de conservação. Encontramos um quadro bastante preocupante e o comprometimento de algumas delas, sendo que sua proteção já é definida por lei. Iniciamos um diálogo com vários parceiros e percebemos a necessidade de uma avaliação científica da situação, para obtermos efetivamente a dimensão desses danos já causados e para melhor embasarmos as ações em prol da prevenção de outros danos”, afirmou.

A Diretora Presidente do IHP, Márcia Rolon, ressaltou que o Acordo de Cooperação assinado traz justamente o encontro do científico com a ação, “que acreditamos propiciar resultados mais rápidos”, disse, e complementou: “o Instituto tem feito um grande esforço de articulação institucional e mobilização no sentido de criar parcerias e buscar recursos para esse projeto. Proteger o Pantanal, o bioma e a grande diversidade que ele apresenta é também proteger nossa sociedade, nossas cidades que muito dependem do rio Paraguai e seus afluentes”.

O Reitor da UFMS, Marcelo Turine, também lembrou a importância da pesquisa, da ciência, da tecnologia, da inovação e das parcerias interinstitucionais na geração de conhecimento para as transformações sociais e econômicas de Mato Grosso do Sul e do País. “Fico feliz com esse projeto que tem um impacto científico muito importante relacionado ao nosso bioma que é o Pantanal. É imprescindível o cuidado com nossas nascentes, localizadas tanto em Mato Grosso do Sul quanto no Mato Grosso, para a estabilidade do Pantanal e de sua boa utilização”, declarou.

Acordo – O projeto acordado prevê: o levantamento de dados e informações quantitativas e qualitativas das características ambientais das nascentes e principais cursos hídricos da região; a verificação das formas de uso da terra das áreas de preservação permanente das sub-bacias; a identificação dos impactos derivados do uso dessas terras; a identificação e caracterização da carga de sedimentos em suspensão de fundo e do regime hidrológico desses rios e cursos; e a geração e disseminação de informações que contribuam na gestão e conservação ambiental na Bacia do Alto Paraguai, por meio de publicações em periódicos nacionais e internacionais, palestras e cartilhas. Está prevista ainda a proposição de alternativas de uso e aproveitamento das terras localizadas nas áreas de nascente. A previsão de conclusão do diagnóstico é de dois anos.

Além dos professores e dos graduandos e pós-graduandos da UFMS, estarão envolvidos no projeto pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT); colaboradores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Câmpus de Rio Claro e da Universidade de Kentucky (EUA).