Labdip disponibiliza teste que detecta Covid e Influenza, simultaneamente

Além da Cidade Universitária, câmpus de Três Lagoas também deve iniciar a testagem em breve

Desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, a UFMS tem contribuído com o desenvolvimento de inúmeras ações de pesquisa e extensão, por meio da adoção de procedimentos administrativos e protocolos para diminuir a transmissão do novo coronavírus, protegendo a comunidade acadêmica e cumprindo seu papel junto à sociedade. Entre as ações está a realização de testes para detecção do Sars-CoV2.

De acordo com o presidente do Comitê Operativo de Emergência e pró-reitor de Assuntos Estudantis, Albert Schiaveto, diversas unidades da Universidade se uniram para possibilitar a testagem de servidores, terceirizados e acadêmicos desde o início da pandemia. “Com apoio da administração superior, a Faculdade de Medicina (Famed), o Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (Labdip), o Instituto de Biociências e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição, além das agências e pró-reitorias de Gestão de Pessoas e de Assuntos Estudantis, vêm realizando a testagem da Covid-19, principalmente, nas épocas de pico, como a última que tivemos, provocada pela variante Ômicron. Esse serviço é muito relevante e faz parte do programa institucional de cuidado da nossa comunidade: Se cuide. Te amo. Uma ação do coração da UFMS. É mais um serviço que está ao alcance de todos na UFMS”, ressalta.

“Fizemos mais de 27 mil testes nestes quase dois anos de pandemia. Desse total, constam: os relativos à parceria com o Governo do Estado e a Secretaria Estadual de Saúde (SES); os realizados pelo Laboratório de Campanha (Labcamp) – iniciativa da Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI); e, também, as demandas de projetos de pesquisa e extensão da Universidade e do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebeserh)”, explica o professor e coordenador do Labdip/Famed, James Venturini.

“A novidade é que, agora, realizamos a testagem simultânea para detecção do novo coronavírus e dos vírus causadores da Influenza A e B na comunidade acadêmica”, ressalta James. Essa testagem foi possível devido à parceria com a Rede Vírus do MCTI, que forneceu quatro mil testes que permitem detectar fragmentos dos vírus em uma mesma amostra. “Inclusive, já detectamos vírus causador da Influenza A. No fim do ano passado, uma epidemia dessa doença atingiu o mundo”, adverte o professor. Os testes são realizados dentro do programa institucional Se cuide. Te amo. Uma ação do coração da UFMS, gratuitamente para servidores, colaboradores terceirizados e estudantes. “Esta é uma ação conjunta do Labdip/Famed com as pró-reitorias de Gestão de Pessoas (Progep) e de Assuntos Estudantis (Proaes)”, comenta James.

Os procedimentos para realização dos testes seguem a mesma rotina de antes. O estudante, servidor ou colaborador terceirizado que apresentar sintomas deve preencher o formulário disponível no endereço eletrônico secuideteamo.ufms.br, com autenticação prévia com o Passaporte UFMS. O agendamento para os exames é feito por duas equipes da Central de Triagem: uma da Proaes (para o agendamento de estudantes) e outra da Progep (para servidores). Após o agendamento, a Central de Triagem faz uma classificação do solicitante de acordo com alguns critérios de priorização e o enquadra como “Elegível” ou “Não elegível” para o exame. O agendamento dos “Elegíveis” é, então, feito em um sistema próprio, e, em seguida, um e-mail é enviado automaticamente ao solicitante informando o local, a data e o horário de coleta de material para o exame. Após a realização do teste, se o resultado for negativo, ele é enviado diretamente para o e-mail do solicitante. Se o resultado for positivo, a equipe da Central de Triagem faz um contato telefônico com o solicitante, por meio do serviço psicossocial da UFMS, para comunicação formal e especializada do resultado.

“Os resultados ficam prontos em 24 horas e conseguimos triplicar a nossa capacidade de atendimento. Anteriormente, eram feitos até dez testes. Hoje, conseguimos realizar até 30 testes em integrantes da comunidade acadêmica, fazendo com que a média de testes diários, somados aos demais atendimentos realizados pelo Laboratório, seja de 60 a 70 testes”, explica o coordenador do Labdip. Segundo dados do Laboratório, já foram realizados 506 testes agendados pela Proaes; 546, pela Progep; e 411 provenientes de demandas do Humap-UFMS/Ebserh. Do total de mais de 27 mil testes, quase 10 mil são relativos à iniciativa Labcamp. “Recebemos investimentos do MCTI, via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Educação e da SES, que possibilitaram a aquisição a melhoria da infraestrutura, como obras e aquisição de equipamentos, além da contratação de recursos humanos e bolsistas para auxiliar nas atividades”, conta James.

O professor explica que um dos equipamentos comprados é QuantStudio 6 Pro, um sistema de PCR em tempo real. “A estratégia do MCTI é ampliar a testagem, já que isso permitiria detectar casos precocemente e, assim, isolar mais rapidamente os indivíduos infectados e diminuir a transmissão”, fala James. O acordo de cooperação firmado com o Ministério permite, ainda, a realização de testes com coleta da saliva, utilizando uma metodologia inovadora, fruto de um projeto de pesquisa desenvolvido por meio da parceria entre várias instituições do país – entre elas a UFMS. Os dados fornecidos pelos testes de saliva alimentam um banco de dados que pode, em um futuro próximo, auxiliar na produção de testes mais rápidos”, destaca o professor.

Três Lagoas

Outra novidade anunciada pelo professor James é a implantação do Labcamp no Câmpus de Três Lagoas (CPTL). As atividades no CPTL serão coordenadas pelo docente do curso de Medicina Edis Belini Junior. “Estamos em processo de habilitação do nosso Laboratório de Genética e Biologia Molecular pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado e devemos iniciar os testes na comunidade acadêmica nas próximas semanas”, destaca Edis. De acordo com o professor devem ser adotados os mesmos procedimentos realizados na Cidade Universitária.

Testes para a comunidade

O Labdip também oferece testes de RT-PCR para detecção do novo coronavírus (resultado em até 12 horas) e testes para detecção de anticorpos IgG (rápido, com resultado em 15 minutos, e ELFA, com resultado em até oito horas) com valores mais acessíveis. Para fazer o teste não é necessário agendamento prévio, basta comparecer à Faculdade de Medicina, localizada no setor 2 da Cidade Universitária (próxima aos prédios das pró-reitorias), entre 8h e 12h, de segunda a sexta-feira, exclusivamente. As formas de pagamento são: cartão de débito ou crédito. Confira aqui os valores.

“Com os recursos gerados por esses exames, conseguimos comprar material de consumo, fazer reparos e investir em mais recursos humanos. Temos recebido um feedback muito bom da comunidade acadêmica e da comunidade em geral em relação ao atendimento e agilidade na divulgação dos resultados”, ressalta James. “Há também uma procura muito grande por pessoas que vão viajar, já que nossos laudos podem ser elaborados também em inglês e espanhol, sem custo adicional por isso”, diz. Para melhorar o atendimento, foi implementado um sistema de senhas em dias de muita procura, como registrado em janeiro. Para mais informações, basta acessar o portal do Labdip famed.ufms.br/labdip.

O coordenador do Labdip destaca, ainda, que não está sendo mais realizado o teste rápido para detecção do antígeno do novo coronavírus devido à falta do produto no mercado e à alta de preços, o que inviabilizou a compra.

 

Texto e fotos: Vanessa Amin

Imagens gráficas: Acervo Labdip