No mês em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, o Câmpus de Aquidauana (Cpaq) promoveu uma programação especial para celebrar a diversidade e refletir sobre como a Universidade pode contribuir com a educação indígena. O evento teve duração de três dias e encerrou nesta sexta-feira, 29.
O reitor Marcelo Turine e a vice-reitora Camila Ítavo participaram da roda de conversa que abriu o evento e falaram sobre o papel da universidade na educação indígena. “Essa é uma iniciativa muito importante que fortalece essa interação da gestão da UFMS com a comunidade universitária, um ponto fundamental na nossa administração desde 2016. Nós temos desenvolvido ações que buscam oferecer mais oportunidades para os estudantes indígenas, entendendo suas necessidades e abrindo as redes de apoio tanto para o desenvolvimento acadêmico, quanto pessoal e profissional”, disse o reitor.
A vice-reitora citou vários programas, projetos e ações que têm o foco na inclusão e no fortalecimento das diversas culturas presentes na Universidade, como o aumento de vagas nos cursos de licenciatura indígena, aldeias conectadas, bolsas permanência (MEC) para indígenas e quilombolas, abertura de edital de tutoria para reforço de conteúdo e aumento de estudantes indígenas em todos os cursos da UFMS. “Nós somos uma universidade multicâmpus, com necessidades muito diferentes em cada região e cada comunidade. Estamos atentos e abertos para ouvir essas demandas e temos feito um esforço conjunto para buscar a melhor maneira de atendê-las”, explicou.
O Câmpus, que possui estudantes de diferentes etnias, teve uma programação com rodas de conversas, exposições e apresentações culturais. A diretora do Cpaq, Ana Graziele Lourenço Toledo, explica que o Câmpus possui um papel importante na educação indígena.
“Cerca de 30% dos nossos estudantes são indígenas e estão distribuídos em todos os nossos cursos. Entendemos que esta representatividade merecia uma menção especial e por isso preparamos o evento”, afirma.
A diretora ressalta que, além das políticas desempenhadas pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, a Universidade também oferece formação de professores indígenas. “Temos o curso de Licenciatura Intercultural Indígena. São mais de 120 estudantes e professores envolvidos e comprometidos”.
O professor de Licenciatura Intercultural Indígena Paulo Baltazar reforça a importância de promover atividades sobre a cultura destes povos dentro do Câmpus. “Nós precisamos colocar em evidência, dar visibilidade. Os colegas precisam conhecer, saber e entender que dentro do espaço universitário existem acadêmicos de diversas etnias. Para nós, é um privilégio poder nos apresentar dentro da Universidade”, frisa.
A estudante de Administração Nayumi Félix vive em uma aldeia no município de Aquidauana e acredita que o evento Abril Indígena não serve apenas para representar a cultura dos povos. “É também para mostrar a nossa garra, a nossa força. Sabemos que somos fortes para chegar onde quisermos. Não é por sermos indígenas que somos diferentes, pelo contrário, somos todos iguais”.
O evento também abordou ações que têm como objetivo garantir a educação dos estudantes indígenas. O programa Aldeias Conectadas, por exemplo, amplia o acesso à internet para comunidades indígenas locais. Além disso, a Universidade oferece bolsas que contribuem para a permanência dos estudantes indígenas.
Texto: Mylena Rocha
Fotos: Cpaq