Observatório de Inovação Social da Universidade completa um ano de atuação

O Observatório de Inovação Social da Fronteira (Obisfron) completa um ano de atuação na UFMS. O projeto de extensão foi criado e é gerenciado pelo Núcleo de Estudos de Inovação Social da Fronteira (Neisf), com sede no Câmpus do Pantanal (CPan).

O Obisfron é o primeiro observatório de inovação social da região Centro-Oeste e trata-se de uma plataforma digital e colaborativa que tem por objetivo identificar e compreender a interação de múltiplos atores socioestatais, a criação de redes de cooperação e a busca de soluções para o enfrentamento de um determinado problema público. No primeiro ano de atuação, o Observatório identificou oito grandes problemas públicos na região da fronteira Brasil-Bolívia, e mobilizou 296 estudantes do Curso de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços em ações de pesquisa, ensino e extensão.

O professor do CPan e coordenador do Obisfron, Anderson Luis do Espírito Santo, explica que parte fundamental das atividades envolvem dar luz a ações e práticas emanadas pelas organizações da sociedade civil. “A maior parceria com a sociedade civil resultou na criação da Feira Ecossocial, que reúne parte do ecossistema dessa região com o intuito de visibilizar a luta da comunidade para impulsionar sua atividade nas cidades fronteiriças, buscando sua inclusão social, produtiva e econômica para transformar o seu entorno. A primeira edição da feira contou com a participação de 300 pessoas. Para 2025, outras quatro feiras já estão programadas”, pontua.

Em um ano, a plataforma colaborativa identificou 150 iniciativas de inovação social, organizações socioestatais que promovem ações na fronteira entre Brasil e Bolívia, especificamente dos municípios de Corumbá e Ladário (Brasil) e de Puerto Suárez e Puerto Quijarro (Bolívia), em vista do enfrentamento de problemáticas públicas, e 75 iniciativas de suporte, que apoiam as ações citadas anteriormente, por meio de práticas como o financiamento de recursos, transferência de informações e movimentação de redes de voluntariado.

“Ao longo dos últimos 12 meses, as atividades [do Obisfron] permitiram identificar a interação de múltiplos atores socioestatais e a busca por soluções de um determinado problema público. Portanto, ao mesmo tempo que somos uma grande base de dados, que coleta as informações descritas anteriormente, também visibilizamos os problemas públicos que afetam esse território e as organizações que buscam enfrentá-los. Muitas delas, desconhecidas até então por grande parte da população local”, declara o professor Anderson Luís.

Outros resultados da atividade do Obisfron consistem na realização de palestras e publicação de livros, artigos, cartilhas técnicas e didáticas, nas seguintes temáticas de foco do Observatório: mulheres, igualdade racial, alimentação escolar e saúde. Em relação às iniciativas futuras, o projeto pretende fortalecer o Ecossistema de Inovação Social da fronteira Brasil-Bolívia, estimular a formação discente e dar continuidade à atuação na rede colaborativa internacional para fomento de inovações sociais na ciência e nas políticas públicas, em parceria com o Observatório de Inovação Social de Florianópolis.

Como parte das ações do próximo ano, o Obisfron e o Neisf, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFMS e a Cátedra Unesco em Diversidade Cultural, Gênero e Fronteiras da Universidade Federal da Grande Dourados, promoverão o 1º Simpósio de Gênero e Desigualdades: Vozes e Pensamentos Decolonias e Pós-Coloniais em março de 2025. O evento reunirá pesquisadores que discutem as múltiplas desigualdades que afetam a população corumbaense e fronteiriça, e tem inscrições disponíveis até 19 de novembro.

Mais informações sobre as ações e resultados do Observatório de Inovação Social da Fronteira podem ser encontradas aqui e no perfil do Instagram do projeto.

Texto: Giulia Fonseca, bolsista da Agência de Comunicação Social e Científica