Obra do Memorial Henrique Spengler integra mostra nacional do Banco do Brasil

Entre os cerca de 200 artistas de todas as regiões do país escolhidos para a mostra Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil, está o artista plástico Henrique de Melo Spengler. A mostra permanece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro até 27 de janeiro de 2025 e, depois, será exposta nas outras três sedes do CCBB: Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.

A obra do artista plástico que compõe a mostra é a Bandeira do Estado de Mato Grosso do Sul (foto), que integra o acervo do Memorial Henrique Spengler do Câmpus de Coxim. O Memorial foi revitalizado pela UFMS em 2014 e contempla obras e peças com alto valor museológico e cultural.

“Fui procurada enquanto diretora do CPCX para fazer levantamento das obras que estão no Memorial. Foram solicitadas fotos das obras do artista, visto que passaria por uma avaliação. Nesse momento disponibilizei as fotos e ainda um vídeo de visita guiada, para que os curadores tivessem conhecimento do acervo”, conta a diretora Silvana Aparecida da Silva Zanchett. A curadoria geral da exposição é de Raphael Fonseca e a curadoria adjunta de Amanda Tavares e Tálisson Melo.

A tela exposta é a obra original e única do acervo do Memorial Henrique de Melo Spengler. “Foram adotados um acompanhamento técnico de equipe de conservação e de transporte com empresa especializada em manuseio e logística de obras de arte e equipe de montagem com larga experiência e os espaços expositivos possuem condições ambientais e de segurança”, conta Silvana.

“A iniciativa é ricamente importante para a história regional do Estado de Mato Grosso do Sul, visto que as gravuras e telas produzidas por Spengler inspiram-se na iconografia Kadiwéu, apresentando-se como uma releitura dos seus padrões geométricos e espirais, das cores recorrentes, além de outros elementos estéticos que fazem referência ao processo histórico desse grupo. Tais indígenas habitaram, e ainda habitam, a região de Porto Murtinho, à sudoeste do Estado, e os seus antepassados são chamados de Mbayá-Guaicuru”, acrescenta a diretora.

Saiba mais

A exposição faz parte das comemorações dos 35 anos do CCBB. São cerca de 300 obras que trazem elementos da cultura visual dos anos 1980, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos icônicos, ampliando a reflexão sobre o período. O projeto é patrocinado pela BB Asset, gestora de fundos do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mário Perrone, diretor comercial e de produtos da BB Asset, destaca que a responsabilidade da gestora vai além da administração de ativos.

“Patrocinar a exposição Fullgás reforça nosso compromisso com o futuro, investindo não apenas em resultados, mas também naquilo que transforma uma sociedade: a cultura e arte. Como a maior gestora de fundos do Brasil, temos a honra de contribuir para a preservação do legado cultural do país, inspirando novas gerações e promovendo um Brasil mais vibrante e consciente da sua rica história e expressão artística. Este é o tipo de investimento que gera valor para todos”, conta.

O nome da exposição – Fullgás – faz referência à música de Marina Lima e foi escolhido para estimular o público a ter contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. “Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, afirmam os curadores. A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ, além da rotunda, e será dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: Que país é este (1987), Beat acelerado (1985), Diversões eletrônicas (1980), Pássaros na garganta (1982) e O tempo não para (1988).

Na rotunda do CCBB, haverá uma instalação com balões do artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes. “O balão é um objeto efêmero, que traz uma questão festiva, de cor e movimento”, dizem os curadores. Ainda no térreo, uma banca de jornal com revistas, vinis, livros e gibis publicados no período, com fatos marcantes da época, fará o público entrar no clima da exposição.

Para informações mais detalhadas e ingressos, clique aqui.

Texto: Vanessa Amin, com informações da Assessoria de Imprensa do CCBB

Foto: Catálogo Unidade Guaicuru Viva