No Campus de Paranaíba, debates sobre terapia on-line e Latex encerram Semana

Atendimentos psicoterápico on-line e o sistema de comandos LaTex foram os temas escolhidos para encerrar a Semana de Desenvolvimento Profissional no Campus de Paranaíba, na sexta-feira, 21 de agosto. De forma dinâmica, os palestrantes apresentaram os assuntos e sanaram várias dúvidas dos participantes, encerrando a edição deste ano.

A primeira palestra “Possibilidades e desafios no atendimento psicoterápico on-line” foi proferida por Priscila Ferreira de Carvalho Kanamota. O atendimento on-line foi adotado por diversos profissionais durante a pandemia da Covid-19, incluindo os psicólogos, que na maioria dos casos tiveram que se adequar à nova realidade.

Priscila atualmente é professora de Psicologia no Campus de Paranaíba e na Faculdade Adélia Maria Alves (FAMA). Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), possui mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e é especialista em Análise do Comportamento pelo Centro Universitário Filadélfia (Unifil). Atua também como psicóloga clínica e supervisora na modalidade on-line. Participa de dois grupos de pesquisa: TACn1 (pesquisa de processo-resultado em psicoterapia analítico comportamental) e é membro da Rede de Colaboração Interinstitucional para a Pesquisa e o Desenvolvimento das Terapias Analítico-Comportamentais (Redetac).

A terapia on-line se configura como o contato humano mediado pelo computador com objetivos terapêuticos, explica a palestrante. Priscila apresentou a história dessa modalidade de atendimento no Brasil que teve início em 1990 apenas para fins de pesquisa e não terapêutico. Só em 2018 que a terapia on-line de fato foi liberada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) mediante cadastro do profissional junto ao Conselho e a garantia de que o atendimento seguiria o código de ética profissional e só se daria em casos permitidos.

Entretanto, com a pandemia a maioria dos psicólogos se viu obrigada a migrar para o ambiente virtual em razão do isolamento social, comenta Priscila. O CFP por meio da Resolução CFP n° 04/2020 regulamentou esse serviço no período de pandemia, mesmo para aqueles profissionais que não possuíam a autorização para realizar essa modalidade de atendimento.

Para Priscila o ambiente virtual traz diversas possibilidades para o profissional, como flexibilidade, redução de possíveis cancelamentos por problemas de locomoção, inexistência de barreiras geográficas, menos custo para o terapeuta, entre outras. Mas os desafios também existem, complementa ela, estes são: garantir a privacidade de ambos; flexibilidade pode se tornar um problema; dificuldade de observar aquilo que a câmera não mostra; casos graves não podem ser atendidos nessa modalidade; afinidade com as tecnologias; e dificuldade de se expor diante das câmeras.

Os participantes apresentaram diversas dúvidas, já que na formação do psicólogo se aprende tanto sobre a importância do contato mais próximo com a pessoa que é atendida, algo que parece prejudicado quando se pensa na terapia on-line. Priscila afirma que ao longo de sua experiência é possível, sim, desenvolver um vínculo com o cliente e desenvolver um bom trabalho, mas para isso é preciso estar preparado para buscar novos aprendizados.

“Frente à pandemia nos resta aprender, aprender mais sobre esse contexto tecnológico mediador, e aprender mais sobre o nosso arcabouço de análise. Porque quanto menos preparado analiticamente o terapeuta estiver, mais difícil será para ele se adaptar aos novos contextos, não só o da pandemia, mas outros que poderão surgir. É um eterno aprender para ajudar”, diz Priscila.

Alexandre José de Souza Peres, docente do Cpar e mediador da palestra, lembra que o atendimento on-line se tornará cada vez mais comum por ser uma exigência da nossa geração, independente da pandemia. Dessa forma, o professor questionou Priscila o que deveria ser feito para que os alunos fossem preparados para o teleatendimento já na graduação.

Priscila lembra que isso ainda é algo que precisa ser melhor estudado e que não existem respostas prontas para tal questão. “Esse contato físico com o cliente permite que o professor faça perguntas que ajudem o aluno a enxergar mais coisas. Quando fui para o on-line, tive certa facilidade e já sabia o que olhar por causa da experiência no presencial. Para começar a construir isso no on-line na graduação acho que vamos ter que mergulhar e ver no que dá”, responde ela.

A palestra teve uma ótima audiência, mais de 80 pessoas permaneceram do início ao fim, atentas às contribuições de Priscila sobre um debate tão importante para alunos de Psicologia, no atual momento. A professora recebeu diversos elogios e aproveitou o momento para esclarecer diversas dúvidas dos alunos.

Introdução ao LaTex na plataforma Overleaf

A última palestra da Semana de Desenvolvimento ficou sob a responsabilidade de Luiz Fernando Souza Freitas, professor do curso de Matemática no Cpar. O palestrante apresentou conceitos básicos sobre o LaTex, utilizado pelos alunos da área de exatas para a edição de textos.

Luiz Fernando é graduado em Licenciatura em Matemática pela UESP, possui mestrado e doutorado em Matemática Aplicada pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Suas áreas de interesse são: Biomatemática e modelagem matemática.

O Tex é um sistema de tipografia criado no final dos anos 70, explica Luiz Fernando. O LaTex, por sua vez, seria uma versão especial do Tex, que reúne um conjunto de comando adicionais para o Tex, que foi desenvolvido na década de 80.

Luiz Fernando explica que uma das razões para os estudantes do curso de Matemática utilizarem o LaTex “é o fato de que símbolos matemáticos são tratados como os demais caracteres, de tal forma que se torna mais fácil editar tais símbolos”. Entretanto, o docente relata que diversos alunos possuem muita dificuldade em utilizar essa ferramenta, assim como ele na época da graduação.

Por isso, Luiz Fernando buscou introduzir algumas informações básicas e iniciais para diminuir as dificuldades encontradas pelos discentes. Ao todo, mais de 50 participantes acompanharam as explicações de Luiz Fernando que encerrou a 4° Semana de Desenvolvimento Profissional no Campus de Paranaíba.

Serviço

Aos inscritos que participaram de atividades da Sedep 2020 e preencheram as listas de frequência, a organização informa que a emissão de certificados será feita pelo SICERT no link: https://certificados.ufms.br/. O participante será avisado sobre a disponibilidade do certificado pelo e-mail cadastrado no ato de inscrição.

Texto: Brunna Oliveira (estagiária da Agecom no Cpar)