Mulheres respondem por metade da força de trabalho em ensino e produção científica na UFMS

Na contramão das dificuldades históricas que relegaram um espaço secundário às mulheres no campo do ensino superior e da pesquisa científica em todo o mundo, as mulheres têm ocupado um papel de protagonismo na produção do conhecimento na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O número de mulheres na UFMS representa praticamente a metade da força de trabalho na instituição. O mesmo ocorre com as alunas matriculadas nos cursos da Universidade.

Entre os 3.541 servidores da UFMS, as mulheres respondem por 47% do total. Entre os/as profissionais docentes que atuam nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação, a proporção é de 48% de um total de 1.385 professores e professoras. Chama a atenção o fato de que 97% das docentes da UFMS possuem titulação em nível de Mestrado e Doutorado, sendo que mais de 68% são doutoras e grande parte com atuação também na pós-graduação.

Nos cargos de gestão da instituição, além da Vice-Reitoria, as mulheres ocupam duas Pró-Reitorias (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças), três Secretarias Especiais (Secretaria de Avaliação Institucional, Secretaria Especial de Educação a Distância e Formação de Professores e Secretaria Especial de Legislação e Órgãos Colegiados) e a direção de uma agência (Agência de Desenvolvimento, de Inovação e de Relações Internacionais).

Entre os alunos e as alunas da Universidade, as mulheres ocupam a maior proporção de matrículas nos cursos de graduação. Entre os 16.448 alunos e alunas matriculados/as na instituição no atual semestre letivo, 50,6% são mulheres.

“Temos de observar esses dados como uma conquista, pois é inegável a disparidade histórica que as mulheres tiveram para atingir o protagonismo no ensino superior e nas ciências. O que esperamos é que esta conquista na UFMS se reflita em todas as áreas da sociedade.”, afirma a Vice-Reitora, Camila Ítavo, que também é pesquisadora de produtividade científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), orientadora de mestrado e doutorado e avaliadora de periódicos científicos de referência.

Barreiras

Essa trajetória não é comum no mundo científico. Uma pesquisa publicada na revista científica internacional Nature na última semana mostra que ainda há barreiras que atrapalham o protagonismo das mulheres no meio acadêmico. A presença feminina como avaliadoras de trabalhos científicos em periódicos de referência, por exemplo, ainda é inferiormente representada.

Essa avaliação é uma das bases do sistema científico e acadêmico e permite que as revistas científicas analisem a qualidade dos artigos submetidos para publicação. A Nature como uma de suas bases dados da União Americana de Geofísica, que indica mulheres de todas as idades têm menos probabilidades de participar desse processo. O estudo mostra que, entre 2012 e 2015, a presença feminina entre os revisores foi de 20%. Trata-se de uma porcentagem bem inferior aos 27% de mulheres que conseguem ter aceitos artigos.

“Felizmente, temos na UFMS um corpo profissional feminino muito representativo, com professoras e técnicas de referência em diferentes áreas, mulheres que promovem o crescimento da sociedade e que constroem o cotidiano da universidade nas mais diferentes áreas administrativas. Certamente temos de nos orgulhar desse protagonismo”, completa a Vice-Reitora.

Durante evento de comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, o Reitor da UFMS, professor Marcelo Turine, lembrou que em todo o mundo ainda existem 50 milhões de meninas que não frequentam a escola. “Cabe a nós na educação, na ciência e nas políticas públicas, fazermos uma reflexão sobre essa realidade”, disse, ao destacar ainda que na UFMS as mulheres são a maioria. “Que elas façam da Universidade o melhor espaço de aprendizagem, de ensino e de pesquisa”, completou.

Mulheres na UFMS

Número total de mulheres na equipe da UFMS: 1664

Número de funcionárias terceirizadas: 258

Número de mulheres docentes: 669 mulheres – sendo 20 com especialização, 190 com mestrado e 459 com doutorado

Número de mulheres técnicas-administrativas: 995 técnicas – sendo que 712 possuem cargo de nível médio e 283 possuem cargo de nível superior

Número de acadêmicas matriculadas na modalidade presencial: 8318
Número de acadêmicas matriculadas na modalidade à distância: 469

(Fonte: PROGRAD, PROGEP, PROPLAN e AGETIC)