Há cinco anos, professores e estudantes da UFMS buscam a democratização de conhecimentos históricos por meio de diversas atividades interativas com a comunidade. As ações são promovidas por projetos de ensino e pesquisa e envolvem integrantes do laboratório e grupo de pesquisa ATRIVM, dos cursos de História e Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas.
O coordenador do projeto Antiguidade e Pré-História: um dia no museu (Parte 5), Carlos Eduardo da Costa Campos explicou que “pensar o ensino e a pesquisa em História é um ato reflexivo que exige sensibilidade para o alcance de resultados no campo científico-escolar do Brasil. As lives, webinários, visitas virtuais e outras ações são formas não só de dar visibilidade ao ATRIVM/FAch/UFMS, mas experiências de intercâmbio entre nossa instituição e a sociedade”.
O ATRIVM é um espaço interdisciplinar de estudos da Antiguidade, um laboratório e grupo de pesquisa que promove o diálogo entre as áreas de História, Literatura, Arqueologia, Filosofia, Artes, Tecnologias da Computação e Práticas de Ensino. Por meio da série Diálogos no ATRIVM são realizados anualmente minicursos, palestras e lives para a disseminação do conhecimento.
Minicurso
A 18ª edição do Diálogos no ATRIVM está agendada para os dias 31 de julho e 1º de agosto de 2023. Será um minicurso ministrado pelo professor Wendell dos Reis Veloso, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
O tema será Ensino e Pesquisa em História Medieval: desafios e possibilidades. Nos dois dias o minicurso terá início às 19h na sala 402 da Unidade 6, na Cidade Universitária. A atividade é gratuita e aberta a todos os interessados no tema. Não é preciso se inscrever, basta comparecer ao local. Haverá emissão de certificado.
Segundo o ministrante, o minicurso versará acerca das características da educação como uma prática social em oposição à ideologia da aprendizagem; sobre como o conteúdo de História Medieval tem sido apresentados nos materiais didáticos em comparação com o que tem sido produzido pelos especialistas em História Medieval nas Universidades.
Conforme o professor, a importância de se debater o tema se impõe em várias frentes. “Caso entendamos a História como o inventário das diferenças, tal como proposto por um intelectual francês caro aos brasileiros, Paul Veyne, poderíamos argumentar que considerar a Idade Média seria capital por questões de alteridade. Entretanto, eu, particularmente, estou mais preocupado com a oportunidade de desenvolver habilidades e competências associadas à História como ciência de base. É o desenvolvimento do pensamento crítico e científico, que se afasta da mera opinião, o que mais me interessa. E para isso qualquer temporalidade serve, posto que entendendo a História como uma atividade intelectual, como proposto pelo francês Michel de Certeau e pelo brasileiro Durval Muniz de Albuquerque Júnior, não existe nenhum valor intrínseco a nenhum recorte cronológico, tema ou objeto. Por último, é claro, não posso deixar de mencionar que não ignoro o grande apelo pop que a Idade Média possui para o público não-universitário, o que se expressa nas populares ‘feiras medievais’, em séries de livros e obras audiovisuais, tais como, ‘O Senhor dos Anéis’, ‘Harry Potter’ e as ‘Crônicas de Gelo e Fogo’. Potencial este que os especialistas afirmam que nós professores de História ainda não exploramos de modo adequado”, apontou.
Wendell dos Reis Veloso é graduado em licenciatura e bacharelado em História pela Universidade Gama Filho, mestre e doutor em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pós-doutorando em ensino de História pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e pesquisador do ATRIVM/UFMS.
Mais informações sobre o minicurso podem ser obtidas aqui.
Texto: Ariane Comineti
Fotos: Carlos Eduardo da Costa Campos