Mesa-redonda trata do protagonismo social para a redução das Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Fazer a Medicina do autocuidado é uma das melhores formas de manter corpo e mentes sãos, em especial livre de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que em 2015 foram responsáveis por 51,6% do total de óbitos na população de 30 a 69 anos no Brasil, de acordo com números do Sistema de Informações sobre Mortalidade.

A médica Nazira Scaffi (Instituto Aleema) e as professoras da UFMS Alexandra Penedo de Pinho e Angela Lucia Satori apresentaram na mesa-redonda “Protagonismo social para a redução das Doenças Crônicas Não Transmissíveis” experiências e estratégias de enfrentamento dessas enfermidades.

Alimentação moderna (em especial consumo de açúcares, carboidratos refinados e industrializados), sedentarismo, químicos presentes nos cosméticos e produtos de cuidado pessoal, interesses de mercado, modo de consumo, modismos alimentares e de atividade física, prevenção restrita a medicalização, ações do estado, falta de conhecimento sobre os fatores agressores e seus impactos na saúde são, segundo a médica Nazira, algumas das causas do adoecimento.

“O que entra no nosso corpo (produtos alimentícios, aditivos, produtos de cuidado pessoal e doméstico e poluentes ambientais), atividade física (falta ou excesso) e sobrecarga metal (insegurança, meios de comunicação) são os principais fatores causadores das doenças”, expôs Nazira.

No lugar da fome, o que mata hoje é a inflamação crônica sistêmica. “Um mecanismo anti-inanição interpreta o estresse celular criado para comer em excesso como semelhante ao estresse criado pela fome, frio e sobrecarga mental, pondo freios e nossa capacidade de queimar gordura. Gera inflamação e doenças”.

Cerca de 70% da população brasileira tem sobrepeso e principalmente na forma de gordura visceral, sinal físico do estresse metabólico. “Essa gordura vai produzir naturalmente glicose no sangue, inflamação, tumores, resistência a insulina, colesterol, câncer, infarto, hipertensão”, completa a médica.

As palestrantes enfatizaram que a única estratégia que existe para reduzir as doenças crônicas é a educação e destacaram os trabalhos que estão sendo feitos pelo Instituto Aleema (www.institutoaleema.com.br), por meio de um programa de Medicina do autocuidado, e da Aliança pela alimentação adequada e saudável, que reúne mais de 37 organizações (alimentacaosaudavel.com.br).

Texto: Paula Pimenta