Live apresenta projeções para a Covid-19 no Brasil com pesquisadores do Imperial College London

Por meio do Podcast Covid Café e com apoio do Imperial College London, University of Oxford, UFMS, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Sociedade Brasileira de Infectologia e Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde), será realizada nesta segunda-feira (18/5) Live sobre a Covid – 19 com o tema “Projeções para o futuro: ajudam ou atrapalham?”.

A Live irá ocorrer pela sala aberta do Zoom (https://bit.ly/2Z8Ui5k), para 500 participantes, com a mediação do professor da UFMS Julio Croda e terá a participação do pesquisador associado do Imperial College London Thomas Mellan e do professor da Faculdade de Medicina (Escola de Saúde Pública), da mesma Instituição, Samir Bhatt.

Ambos compõem o grupo de pesquisadores que assinam o Report 21 – “Estimando casos de Covid-19 e número de reprodução no Brasil”, publicado no dia 5 de maio pelo Imperial College London.

Os debates serão realizados em inglês, com tradução simultânea em português e também serão transmitidos pelo Youtube (youtube.com/juliocroda), com closed caption, iniciando às 9h (horário local).

Pesquisa

O Imperial College London tem projetado vários cenários com relação à Covid-19 e fez recentemente uma publicação especialmente dedicada aos números da realidade brasileira (Report 21).

“O Imperial College está sendo bastante reconhecido mundialmente e foi o grupo do epidemiologista britânico Neil M. Ferguson, este mesmo grupo que assina o Report 21, que orientou o governo do Reino Unido em relação as medidas, principalmente de acordo com as projeções. Do ponto de vista técnico-científico, é um grupo bastante respeitado”, expõe o professor Julio Croda.

No boletim publicado, os pesquisadores destacam que o Brasil é atualmente o epicentro da COVID-19 na América Latina.

“Neste relatório descrevemos a epidemia brasileira usando três medidas epidemiológicas: número de infecções, número de óbitos e número de reprodução. Nossa modelagem requer um número mínimo de óbitos para que tendências possam ser estimadas, portanto limitamos nossa análise aos 16 estados com mais de cinquenta óbitos reportados”, afirma.

A distribuição de óbitos entre os estados, destacam, é altamente heterogênea, com cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas -contabilizando 81% dos óbitos reportados até o momento.

“Nestes estados, estimamos que a porcentagem de pessoas infectadas por SARS-CoV-2 varia de 3,3% (IC95%: 2,8%-3,7%) em São Paulo a 10,6% (IC95%: 8,8%-12,1%) no Amazonas. No início da epidemia, o número de reprodução (uma medida de intensidade de transmissão) indicava que um indivíduo infectado infectava em média três a quatro outras pessoas. Após a implementação de intervenções não-farmacológicas como fechamento de escolas e redução da mobilidade da população, mostramos que o número de reprodução caiu substancialmente nos estados. No entanto, nos 16 estados analisados, estimamos com alto grau de confiança que o número efetivo de reprodução se mantém superior a um”, anunciam.

Segundo os pesquisadores, o número de reprodução acima de um significa que a epidemia ainda não está sob controle e continuará a crescer.

“Essa tendência contrasta com outros importantes focos da epidemia da Covid-19 na Europa e Ásia, onde lockdowns obtiveram sucesso em reduzir o número reprodutivo para abaixo de um. Embora em escala nacional a epidemia brasileira ainda seja relativamente inicial, nossos resultados sugerem que mais ações são necessárias para limitar a disseminação e prevenir sobrecarga do sistema de saúde”, completam.

Texto: Paula Pimenta