José de Souza Martins lota sala para discutir democracia inacabada

Apesar da superlotação da sala, que contava com espectadores até nas janelas, o professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) José de Souza Martins começou sua conferência denominada “Polarização e radicalismo, a democracia inacabada”, com muito bom humor e desculpou-se por ter esquecido de vestir sua gravata. Ele dedicou sua palestra ao governador do Maranhão, Flávio Dino.

Martins abordou temas como o período da ditadura militar no Brasil e a criação da sociedade civil pelo Estado, processo que diverge de outros países da América Latina, que precisaram de revoluções para garantir a independência. Períodos que, segundo ele, possuem consequências até os dias atuais.

O professor  destacou a importância do pensamento crítico diante da grande mídia, e a necessidade da valorização da educação independentemente de partidos políticos. “Meu intuito aqui é provocar e mostrar que o único lado certo é o crítico”, ponderou. Depois de quase duas horas de fala, concluiu seu discurso com a frase “Nossa democracia inacabada tem a necessidade do acabamento”.

José de Souza Martins é um escritor e sociólogo brasileiro. Professor titular aposentado do departamento de Sociologia e professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Ganhou o prêmio Jabuti de Ciências Humanas em 1993, com a obra Subúrbio; em 1994, com A chegada do estranho; e em 2009, com A aparição do demônio na fábrica.

Texto: Gabrielle Tavares Rodrigues (estagiária de Jornalismo)