Inteligência Artificial está no centro das discussões em evento realizado na UFMS

Começou nesta quarta-feira, 11, o evento Conferência UFMS Internacional – Impacto da Inteligência Artificial (IA) na internacionalização das universidades, reunindo especialistas, pesquisadores, técnicos e estudantes para discutir o tema. As atividades são realizadas no auditório do Complexo EaD e Escola e Extensão, na Cidade Universitária. A iniciativa é da Secretaria de Relações Internacionais da Agência de Inovação e Internacionalização (Aginova), em parceria com a Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai) do Centro-Oeste.

“Gostaria de dar as boas-vindas e cumprimentar todos os parceiros e a rede de universidades de Mato Grosso do Sul que estão nessa jornada conosco. Parabéns a toda equipe da Aginova e da Secretaria de Relações Internacionais da Agência de Inovação e Internacionalização pela realização do evento. A UFMS tem um potencial de atender e se tornar um polo educacional de formação dos países do continente africano, América Latina e Caribe. Queremos transformar a Universidade em internacional, mostrando toda riqueza que temos. Para isso, teremos que fazer um grande pacto para pensar diferente, inovar e assim os estudantes que estão aqui e que virão de fora para a UFMS terão melhores condições”, falou a vice-reitora Camila Ítavo.

Durante a abertura do evento, a vice-reitora ainda destacou os desafios para internacionalização da Universidade. “Nosso problema não é recurso, é um desafio, mas não é o principal, pois conseguimos superar. Temos outras barreiras que nos amarram e não nos deixam seguir em frente. Precisamos repensar o projeto pedagógico do curso, o mestrado, o doutorado, o ambiente de trabalho de professores e técnicos. Temos condições de fazer diferente, mas precisamos ter coragem de estabelecer um diálogo muito forte e melhorarmos cada vez mais em qualidade e ambiente tecnológico, cultural e científico”, destacou.

O diretor da Aginova, Saulo Gomes Moreira, também esteve presente e lembrou que a internacionalização é uma forma transversal de potencializar as atividades de pesquisa, ensino e extensão na Universidade. “A Inteligência Artificial  é um tema global e por isso foi estrategicamente escolhida como foco principal desse evento. É mais que uma ferramenta, está presente nas nossas vidas e se confunde com a própria vida, dando respostas a problemas globais. A IA tem modos de ser utilizada, principalmente, para dar respostas a sistemas globais”, disse.

O pró-reitor de Graduação, Cristiano Costa Argemon Vieira, parabenizou a equipe organizadora do evento e destacou a importância da temática. “Ao olhar para o tema, não há como não pensar sobre isso durante as reuniões. Hoje temos cerca de 50 estudantes estrangeiros em cursos na nossa Instituição. Tenho certeza que vai continuar sendo um desafio e uma diretriz”.

“A internacionalização hoje tem uma interface com todos os seguimentos. Na UFMS, perpassa todas as pró-reitorias, especialmente na de Pesquisa e Pós-Graduação, ela impacta mais. Esse evento só vem ratificar o envolvimento e a compreensão da UFMS sobre o assunto”, falou a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Lígia Macedo.

A secretária de Relações Internacionais, Lucilene Machado Garcia Arf, enfatizou que a internacionalização é um tema transversal e atende os interesses de estudantes, técnicos e professores. “Todos os segmentos da Instituição, acredito, precisam e sentem a necessidade de suporte para desenvolver ações e propostas de internacionalização. O evento acaba sendo uma plataforma valiosa para discutir questões urgentes e complexas relacionadas à responsabilidade da educação com a tecnologia, o que faz bastante sentido, já que o nosso tema é os usos da Inteligência Artificial, um assunto urgente para qual precisamos de abordagens colaborativas e inclusivas para enfrentar os novos desafios”, explicou.

Programação

Além de palestras, painéis, workshops, sessões de debate e atividades práticas ajudarão a compartilhar conhecimentos, experiências e melhores práticas. “Nosso objetivo é não apenas analisar o presente, mas também antecipar o futuro, delineando estratégias e políticas que possam orientar as universidades brasileiras em sua jornada rumo à internacionalização impulsionada pela IA”, salientou Lucilene.

Após a abertura, o professor da Universidade Federal do Maranhão Marcio Carneiro dos Santos proferiu a primeira palestra intitulada IA e o Futuro da Internacionalização nas Universidades. “Agradeço a UFMS e aos organizadores do evento pelo convite. É uma honra estar aqui. Há muito que se falar sobre Inteligência Artificial. Esse é o tema da moda, do momento, que a mídia está olhando, os legisladores, o judiciário, as empresas, os estudantes, a academia e está conseguindo bastante atenção. Vou oferecer, como estou abrindo o evento, um contexto, pois há muita desinformação em volta da IA. Por isso, fazemos essa contextualização inicial sobre o que é a IA e como podemos incorporá-la na nossa atividade profissional, especialmente”, disse.

“A relação da humanidade com a tecnologia navega entre o fascínio e o medo. No mundo real, temos pessoas que não se dão muito bem com a tecnologia e outros são mais integrados. Temos uma relação, por vezes inconsciente, que somos dependentes da tecnologia. Mas, acreditando que a tecnologia é algo bom, vimos trabalhando em várias frentes. Por isso, se faz necessário combater alguns mitos sobre o tema, até porque a Inteligência Artificial não é uma novidade, mas um campo de conhecimento com décadas de desenvolvimento e é um grande guarda-chuva para outras subáreas. O termo é cunhado lá na década de 1950. Vamos destacar em nossa fala uma subárea mais recente, que é a generativa”, falou Márcio.

De acordo com o professor, essa área generativa, apesar de ser recente, vem sendo construída também há algum tempo, a partir de conhecimentos acumulados nas subáreas, como o machine learning. “Muitos não percebem que já utilizam a IA há um tempo. Vejamos o e-mail, a caixa de spam é um algoritmo de IA, de machine learning que é treinado para detectar spams há bastante tempo”, explicou. O professor falou também da subárea de processamento de linguagem natural, antes de aprofundar na Inteligência Artificial Generativa  (IAG) e seu principal produto que é o Chat GPT, além da criação de ilustrações e imagens via MidJourney, e os impactos da IAG em diferentes áreas, como economia, mercado, geopolítica, educação, tecnologia, academia e regulamentação e legislação.

A programação completa pode ser conferida aqui. É possível também participar do evento de forma remota, assistindo as palestras no canal da Secretaria de Relações Internacionais. No auditório, nesta manhã, estiveram presentes, além de professores e estudantes, pró-reitores, diretores de unidades e representantes de instituições de Mato Grosso do Sul, a como Universidade Católica Dom Bosco, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, a Universidade Federal da Grande Dourados, Unigran e Uniderp.

 

Texto: Vanessa Amin

Fotos: Rúbia Pedra/Vanessa Amin