Integra UFMS terá exibição do documentário Mulheres na Ciência

No dia 24 de outubro, a partir das 16h, o auditório Arquiteto Jurandir Nogueira sedia a exibição do documentário Mulheres na Ciência. A sessão faz parte da programação do Integra UFMS 2024, é gratuita e aberta à comunidade. A inscrição pode ser feita aqui.

O documentário foi produzido pelo projeto MS +Ciência, uma iniciativa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania, e do Sebrae. A vice-reitora Camila Ítavo é um dos destaques da obra, que foi lançada em agosto e contém depoimentos de mulheres professoras, pesquisadoras, estudantes e gestoras que ocupam diferentes espaços na produção científica em MS.

O coordenador do projeto e diretor do documentário, o jornalista André Mazini, explica que o tema surgiu da percepção sobre o aumento de mulheres no ensino superior e a disparidade em relação à ocupação nos postos de liderança na pesquisa. “Quando buscamos quem recebe a Bolsa Produtividade, que é a bolsa mais alta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a maioria é homem. Prêmios Nobel, a maioria é homem. Então percebemos que, por mais que mais mulheres ingressem no ensino superior e formem uma base na ciência, quando olhamos para o topo, ainda há desigualdade”, aponta.

Ao ouvir os depoimentos, a equipe identificou situações e desafios que perpassam a vida de todas as entrevistadas. “Por exemplo, várias falaram de uma certa insegurança em relação à roupa a ser usada em determinadas situações. […] Muitas falam também de uma dificuldade em terem suas opiniões devidamente ouvidas em reuniões, em instâncias de decisão. Outra situação relatada por quase todas é o desafio de conciliar a vida familiar e a produção acadêmica de alto nível. Parece que são âmbitos muito distantes um do outro e elas têm esse sentimento de que precisam escolher. […] Então no momento em que essas angústias são compartilhadas, a gente percebe que é um problema estrutural, não só um problema pessoal de cada mulher”, destaca o diretor.

Para o jornalista, a contribuição do documentário é justamente ampliar a voz, divulgar a história e contextualizar os dados que já há algum tempo mostram a desigualdade de gênero na área. “Quando o dado é só um número, eu tenho a impressão de que não sensibiliza da mesma forma como ouvir as pessoas contando as suas histórias. […] Então a grande virtude desse documentário é humanizar a discussão e deixar claro que, quando temos uma estrutura que impede que mulheres desenvolvam sua carreira acadêmica, suas atividades como cientistas, nós, enquanto sociedade, perdemos muito. Quantas pesquisas incríveis poderíamos ter se essas mulheres pudessem desenvolvê-las adequadamente? Temos muito a ganhar ao permitir que elas encontrem um ambiente de mais equidade em relação à produção científica e acadêmica”, ressalta.

Sobre a situação atual das políticas para as mulheres na Ciência no Estado, o diretor identifica avanços recentes, juntamente com a ocupação feminina em instâncias de decisão nas instituições. Cita ações como editais específicos e mudanças em editais para não deixar que as candidatas sejam penalizadas por conta de licença-maternidade, benefícios como creche e até mesmo instalação de fraldários nas universidades, entre outras, mas reforça que o problema ainda é bastante estrutural.

“O documentário também tem uma parte de ficção importante, que amarra a trama. Convido a todos a assistirem”, finaliza.

O trailer oficial do Mulheres na Ciência e mais informações podem ser acessados na página do projeto MS +Ciência. A programação completa e os links para inscrições nas atividades do Integra UFMS podem ser acessados na página do evento

Texto: Ariane Comineti

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