imagem de tubos de ensaio de um laboratório.

Instituição realiza testes de vacina contra a Dengue

captura-de-tela-2016-10-14-ais-20-00-41O Butantan desenvolveu uma vacina tetravalente contra a dengue 100% brasileira e agora está realizando testes em voluntários para assegurar a qualidade do produto, por meio de 14 instituições de pesquisa credenciadas, entre elas, a UFMS. Em Campo Grande, a vacinação começou no dia 1º de setembro e está sendo realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS), do bairro Coophavila II. O professor Erivaldo Elias Junior integra, como pesquisador principal, a equipe de pesquisadores desse ensaio clínico (fase 3), que é composta por mais 5 médicos, 4 farmacêuticos, 3 enfermeiros, 2 bioquímicos, 1 técnico de laboratório e 6 agentes comunitários.

Essa é a terceira e última etapa de testes antes de a vacina ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesta fase, os testes procuram comprovar a eficácia da vacina e já estão em andamento. Ao todo serão 17 mil voluntários em 13 cidades do Brasil, entre elas, Campo Grande (MS). Os selecionados são pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. O acompanhamento é feito pela equipe médica responsável pelo estudo por um período de cinco anos para verificar a duração da proteção oferecida pela vacina.

captura-de-tela-2016-10-14-ais-19-58-41De acordo com o professor, as fases 1 e 2 realizaram testes para averiguar a segurança e a toxicidade da vacina. “As duas fases iniciais foram realizadas em São Paulo e nos Estados Unidos, com 900 voluntários, onde foi constatado que a vacina era segura, podendo partir para a fase 3, que avaliará a eficácia, ou seja, protege contra a dengue”, explicou Elias.

Em Campo Grande, as pessoas foram convidadas por agentes comunitários do projeto. O primeiro procedimento foi a obtenção do consentimento para participar do estudo, onde foi explicado como seria realizado o processo. No segundo procedimento, a pessoa será avaliada pelo médico para verificar se existe algum critério que a impeça de receber a vacina, como gravidez, amamentação e outras situações que o médico considere impedimento para a vacinação. “Os voluntários serão acompanhados pela equipe médica e terão que comparecer a 10 consultas durante os cinco anos, onde será feita a coleta de sangue para exames de dengue. Porém, independente dessas consultas obrigatórias, todos os casos de febre deverão ser reportados à equipe”, ressalta Elias.

O professor avalia que para a UFMS e seus pesquisadores é muito importante participar de projetos que trazem benefícios tanto para a comunidade local, como para o país todo.

A vacina é desenvolvida pelo Butantan, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), é produzida com vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos. Caso seja aprovada, a vacina será produzida em larga escala pelo Butantan e disponibilizada para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil.

Fotos: Cedidas pelo professor