A Universidade é um espaço de estímulo à pesquisa e à ciência, mas também atua com a transformação social. Os saberes produzidos e adquiridos se expandem para outras esferas da sociedade. Neste sentido, estudantes e professores do Câmpus de Nova Andradina levam o conhecimento científico produzido na Universidade para os assentamentos a partir do projeto de extensão UFMS vai ao campo.
A iniciativa surgiu a partir de conversas com servidores da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) do município. Foi assim que o professor do Câmpus de Nova Andradina, Fabiano Greter Moreira, identificou a necessidade da Universidade contribuir com o desenvolvimento dos assentamentos, principalmente em questões de gestão de lote e processos produtivos.
UFMS vai ao campo é um projeto multidisciplinar que abarca três cursos: Administração, Ciências Contábeis e Engenharia de Produção. Com o objetivo de oferecer o atendimento gratuito nas áreas de conhecimento dos cursos envolvidos, para fortalecer o desenvolvimento dos assentamentos, o projeto pretende atender os Assentamentos Teijin, São João, Santa Olga e Casa Verde.
“Acredita-se que com o projeto de extensão, novas fronteiras do conhecimento e de aprendizado sejam exploradas e, acima de tudo, o reconhecimento da Universidade como ferramenta primordial para o desenvolvimento econômico, ambiental e social da região do Vale do Ivinhema”, destaca o professor e coordenador da iniciativa.
O presidente da Associação de moradores do assentamento Teijin, Nelson Aparecido comenta que a experiência com o projeto tem sido positiva, pois os professores e estudantes oferecem suporte à associação e aos associados. “O projeto irá contribuir para o fortalecimento entre sócios, ajudando no desenvolvimento comunitário social”, comenta Nelson.
O próximo passo, após os encontros realizados nos assentamentos, é promover reuniões no Câmpus para estreitar os laços da Universidade com a comunidade envolvida no projeto. O projeto de extensão conta a parceria de outras instituições municipais e estaduais que atuam com assentamentos rurais na região, como a Agraer e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado (SEMDI).
Quando se trata de desenvolvimento socioeconômico, a construção é conjunto é essencial, pois cada assentamento tem características próprias, como explica Fabiano Greter. Assim, o UFMS vai ao campo busca orientar a gestão das propriedades e a contabilidade rural, auxiliar os assentados em seus direitos e deveres em relação às agências reguladoras, expor aspectos psicossociais na construção da cidadania e discutir elementos de produção e comercialização de produtos.
O Coordenador Regional da Agraer, Sandro Henrique e o Coordenador da Agência Municipal da Agraer de Nova Andradina, Rodrigo Zanoni, destacam que o projeto traz benefícios para todos os envolvidos. As organizações recebem importantes informações, enquanto a comunidade e os estudantes são beneficiados. “É bom para a organização dos produtores, pois a fortalece à medida que traz elementos importantes para a gestão dos bens sob sua responsabilidade. Já para os alunos, há a oportunidade de vivenciar os desafios que fazem parte do dia a dia do agricultor familiar e suas organizações”.
Texto: Raquel Alves
Fotos: Arquivo/Fabiano Greter Moreira