HUMAP terá Ambulatório Transexualizador

A direção do Núcleo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP/UFMS) reuniu-se ontem, 9, com os representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, do Ministério da Saúde e do Conselho Municipal de Saúde para tratar de assuntos referentes à instalação do ambulatório transexualizador no HUMAP. O atendimento clínico tem previsão de início para o final de dezembro de 2016 ou fevereiro de 2017.
De acordo com chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia e da Unidade Materno Infantil do HUMAP, o médico Ricardo dos Santos Gomes, o ambulatório transexualizador, ou ambulatório T é destinado a atender os transexuais com equipe multidisciplinar. “Inicialmente apenas atendimento clínico, mas com perspectivas de tratamento cirúgico. Na equipe contamos com 2 ginecologistas que farão hormonioterapia dos transexuais femininos (que nasceram com sexo biológico masculino, mas almejam um corpo com características do sexo feminino), 1 urologista que fará hormonioterapia dos transexuais masculinos, 1 psicólogo e 1 psiquiatra, com intenção de atender em especial os transexuais que almejam tratamento cirúrgico, pois é mandatório o acompanhamento desses profissionais por pelo menos 2 anos para garantir que o paciente tenha condições psicológicas para se submeter a cirurgia e para descartar algumas doenças psiquiátricas que possam mimetizar a transexualidade. Contaremos ainda com o apoio de 1 fonoaudiologista, 1 infectologista, 1 assistente social e 1 proctologista”, explicou Ricardo.
O ambulatório vai atender uma demanda já existente no Estado, de aproximadamente 300 transexuais. Os dados foram repassados pela Associação dos Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATMS), que será a principal responsável pelos encaminhamentos. “Antes do atendimento, todos os pacientes passarão pela escuta qualificada, acolhimento feito por um profissional cedido ao HUMAP que também é transexual. Nesse acolhimento serão esclarecidas algumas dúvidas dos pacientes sobre o funcionamento do ambulatório e a previsão para seu início é ainda nesse mês de novembro”, salientou o médico.
Durante a reunião, foram discutidos assuntos como: a habilitação do serviço pelo ministério da saúde; o custeio dos exames laboratoriais; o custeio dos medicamentos (hormônios) e onde serão distribuídos; a referência para o encaminhamento dos pacientes que desejam cirurgia e a capacitação dos profissionais que farão a assistência. “Após a habilitação do serviço o custeio das consultas e medicação virão de uma verba direta do Ministério da Saúde de acordo com a produtividade do ambulatório”, revela Gomes.