Rodar o balanço hídrico climatológico para todo o Brasil já é possível a partir de um programa de computador desenvolvido no Grupo de Pesquisa em Viabilidade Econômica de Irrigação – GPVI, do Programa de Pós-graduação em Agronomia, do Campus de Chapadão do Sul (CPCS).
O programa foi criado pelo engenheiro agrícola e professor dos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal, Ricardo Gava e pelo acadêmico Carlos Roberto Wassolowski, com registro recém-realizado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Instituído em 2016 pelo professor Ricardo, o GPVI trabalha com pesquisas sobre as diferentes regiões, culturas agrícolas e sistemas de irrigação. Diversas pesquisas já realizadas pelo grupo, que conta com graduandos e pós-graduandos, forneceram dados que servem para alimentar o Software GPVI 1.0.
“Este software começa em 2010, no meu Mestrado, quando para manejar meus experimentos de pesquisa e experimentos dos colegas, desenvolvi uma programação dentro do Excel. Porém, minha vontade sempre foi fazer essa rotina rodar na web, rodar on-line e sem necessidade de instaladores ou coisas do tipo. Assim, logo após assumir o cargo de professor, eu e meu aluno Carlos Roberto Wassolowski, do Programa de Mestrado em Produção Vegetal aqui da UFMS no CPCS, construímos o site www.gpvi.com.br pelo qual o software roda”, expõe o professor Ricardo.
O script web permite o acesso ao banco de dados, onde se encontram todos os dados de todas as estações meteorológicas do Brasil do Instituto Nacional de Meteorologia-INMET, desde a instalação de cada uma, de acordo com o pesquisador.
“Com isso nós calculamos, por meio de todos os fatores físicos do clima, a transferência de água das plantas para a atmosfera. O script permite entrar com as informações como: capacidade de retenção/armazenamento de água do solo específico de cada região, e com os resultados de pesquisa que fazemos no campo entramos com as informações das plantas. As principais culturas estudas por nós até aqui são soja, milho, algodão e pastagens e a integração destas é claro”, explica.
Em tempo real é possível monitorar o balanço hídrico dos cultivos agrícolas, segundo Ricardo, além de possibilitar análises de quebra de safras com base no histórico de safras anteriores.
“Atualmente nosso software é fechado, pois criamos com intuito de realizar pesquisas, e necessita-se de um certo treinamento para entender e interpretar os resultados tão aprofundados que o software gera. É possível para um futuro próximo realizarmos treinamentos para usuários e liberarmos acesso por meio de aplicativo. Porém ainda não tivemos investimentos para tornar isso viável”, afirma.
Texto: Paula Pimenta