Promover uma educação inclusiva é fundamental para garantir o direito à educação para todos e vai além de simplesmente tornar as escolas acessíveis. Para garantir bons resultados educacionais às crianças e pessoas com deficiência, além de outras ações, é necessário investir na formação de professores. Para colocar em prática o que preconiza a Política Nacional de Educação Especial e da Educação Básica a esse respeito, a UFMS, por meio da Faculdade de Educação (Faed), em parceria com o Ministério da Educação, vem desenvolvendo projetos de extensão visando à formação continuada de professores da educação básica numa perspectiva de contemplar a diversidade e o atendimento educacional especializado.
“Em 2021, realizamos duas edições do curso de formação em Serviço de Atendimento Educacional Especializado e contexto de pandemia, alcançando mil professores. Neste ano, o curso em Serviço de Atendimento Educacional Especializado em educação infantil de educandos com deficiência contou com a participação de 500 professores”, explica a coordenadora dos projetos e professora da Faed Milene Bartolomei. “Nas formações, tivemos um número expressivo de professores de Mato Grosso do Sul, mas também tivemos cursistas de todo o Brasil”, acrescenta. Para participar das formações, os professores precisam, necessariamente, ter vínculo com a rede pública de ensino, seja por meio de concurso ou contrato.
Por meio do oferecimento da formação continuada, a Universidade cumpre seu papel e possibilita a realização de programas e práticas que atendam a diversidade dessas salas para o atendimento de alunos que são público alvo da Educação Especial. “Neste último curso estimulamos a reflexão sobre a educação especial na perspectiva da educação inclusiva e o respeito à diversidade. Também trouxemos conteúdos para que os participantes pudessem compreender melhor a legislação vigente na área da inclusão escolar, conhecendo o funcionamento e criando estratégias de aprendizagem diversificada”, explica Milene.
“Além disso, incentivamos a discussão de práticas para o professor trabalhar em salas de aula inclusivas, oportunizando a eles a construção de estratégias pedagógicas para o ensino remoto, além do compartilhamento de vivências e de materiais didáticos”, ressalta a coordenadora do projeto. Segundo Milene, também foi realizada roda de conversa sobre a importância do trabalho colaborativo para inclusão na sala de aula regular e para o Atendimento Educacional Especializado. “Isso é necessário para a concretização da inclusão numa perspectiva de qualidade, de sucesso e de avanço educativo”, completa.
Durante a formação, os participantes também tiveram acesso aos conteúdos necessários à compreensão da importância de um olhar e uma escuta sensível e atenta junto às crianças com diferentes tipos de deficiência e transtorno do espectro autista. “Após concluir o curso, os participantes estão aptos a desenvolverem práticas pedagógicas multissensoriais, que acolham a todos, envolvendo os diferentes campos de experiências da Base Nacional Comum Curricular”, diz. “Ainda, os cursistas estão aptos a atuar cientificamente sobre a realidade educativa da educação inclusiva no âmbito da educação infantil”, fala.
De acordo com a coordenadora, as produções desenvolvidas no decorrer da formação têm sido socializadas por meio de publicações. “O curso sobre educação especializada em contexto de pandemia, oferecido no ano passado, gerou como produto final um e-book publicado pela Editora UFMS. Também estamos na fase de produção de outro e-book com as produções desenvolvidas no curso sobre atendimento especializado na educação infantil”, comenta.
O e-book está à disposição para leitura e download no repositório da UFMS (clique aqui para acessar).
Texto: Vanessa Amin