Faculdade de Computação participa de teste de segurança das urnas eletrônicas

Criado para aprimorar o processo eletrônico de votação, o Teste Público de Segurança (TPS) das urnas eletrônicas é uma ação permanente do calendário da Justiça Eleitoral, organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TPS conta com a participação e colaboração de especialistas na busca por problemas ou fragilidades que, uma vez identificadas, serão resolvidas antes da realização das eleições. Na edição 2021/2022, participaram do teste o professor da Faculdade de Computação (Facom) Carlos Alberto da Silva e o egresso Ian Martinez Zimmermann.

Segundo o professor, a ideia partiu do então estudante Ian Zimmermann, que o procurou para orientação do Trabalho de Conclusão de Curso. “A gente começou a discutir sobre o que ele poderia fazer, e então ele fez a proposta de testar uma urna eletrônica, e mencionou do TPS 2021/2022. Ele se inscreveu para a primeira fase, em 2021, e então fomos a Brasília e olhamos todo o código de uma urna eletrônica, e a gente se inscreveu para uma segunda fase, que é a fase de testes.  Em novembro do ano passado fomos a Brasília mais uma vez e aplicamos esse plano de teste, e descobrimos uma vulnerabilidade na saída de áudio da urna eletrônica usada por deficientes visuais, e essa vulnerabilidade foi aceita pelo TSE.”

Dos 23 grupos que se inscreveram para conhecer o código de uma urna eletrônica, apenas 5 conseguiram passar à fase seguinte.   “A partir do momento em que você está lá, você pode ter acesso a outros pontos, outros planos de teste, ter acesso a outras vulnerabilidades e fizemos esse intercâmbio de olhar outras possíveis vulnerabilidades. Essas vulnerabilidades são de todos os tipos, mas nenhuma  delas quebra a integridade do voto,  e não muda o resultado de uma eleição.”

Em maio de 2022 ambos voltaram a Brasília para verificar a correção da vulnerabilidade apresentada. Segundo o professor, a vulnerabilidade apontada por eles foi corrigida.

Ian concluiu a graduação no final de 2021 e para ele, o  TPS 2021/2022 é um processo extremamente importante para a democracia brasileira.  “Você pegar pessoas de fora do meio e as inserir para fazer testes, você vai encontrando vários pontos de melhoria do processo. Nenhum dos achados neste ano e em anos anteriores põem em risco a democracia . É impossível você alterar o voto de alguém dentro de uma urna eletrônica.”

O relatório final do TPS 2021/2022 foi publicado na última segunda-feira, 30 de maio, e está disponível neste link .

O que é o TPS

Teste Público de Segurança, também conhecido como TPS, é um evento fixo no calendário eleitoral – previsto na Resolução nº 23.444, do TSE – onde qualquer brasileiro pode apresentar um plano de ataque aos sistemas eleitorais envolvidos na geração de mídias, votação, apuração, transmissão e recebimento de arquivos.

O TPS envolve várias etapas, desde a apresentação dos planos de ataque, apresentação do sistema aos investigadores, abertura do código e o período de ataque propriamente dito, finalizando meses depois quando o TSE convida os envolvidos para testar novamente o sistema e verificar se as falhas foram corrigidas.

Qualquer brasileiro, a partir de 18 anos completos, que atenda aos requisitos do edital do TPS pode participar do teste público.

 

Texto: Crislaine Oliveira, com informações do Tribunal Superior Eleitoral 

Fotos: Carlos Alberto da Silva