Faculdade de Ciências Humanas promove bate-papo sobre a peça teatral

A Faculdade de Ciências Humanas, por meio do Curso de Filosofia, realiza nesta sexta-feira, 4, o bate-papo intitulado Entre o teatro e a filosofia, que tem como objetivo discutir a peça teatral O Deus de Spinoza. O evento terá início às 19h, no anfiteatro Inard Adami, localizado no setor 2 da Cidade Universitária. As inscrições devem ser realizadas no local para emissão de certificado de participação.

A atividade propõe discutir conceitos filosóficos de forma acessível, aproximando o pensamento do filósofo Spinoza de um público amplo, acadêmico e não acadêmico, e despertando o interesse dos estudantes da UFMS e da comunidade universitária pelas Ciências Humanas, além de evidenciar a arte como caminho para compreensão de conceitos filosóficos e estimular reflexões sobre ética, liberdade e filosofia moderna.

De acordo com a professora e coordenadora do evento, Maira de Souza Borba, a história da filosofia moderna é marcada pela tentativa de compreensão da existência de Deus e de sua natureza, e a peça teatral oferece uma visão singular sobre essa questão. “A peça apresenta de maneira acessível diversos aspectos da filosofia de Spinoza, abrindo caminho para um estudo mais profundo sobre questões tão importantes não só para aquele período, mas também para a atualidade”, explica.

Para a professora, além de uma representação inovadora de Deus, ao buscar compreender o homem e sua relação com o mundo, Spinoza ensina sobre a natureza humana, compreensão sobre o mundo, liberdade e felicidade.  “Conhecimento é liberdade e, consequentemente, felicidade. Nada é mais cotidiano do que a busca pela felicidade”, completa.

“Embora Spinoza seja um dos principais nomes da filosofia moderna, sua obra é notoriamente complexa, sendo desafiadora até mesmo para leitores familiarizados com a filosofia. Os conceitos são densos, aliados a uma escrita matemática e pouco fluida, o que pode dificultar o acesso ao seu pensamento. Muitas vezes os leitores chegam a desistir da leitura nas primeiras páginas”, pontua.

Diante desse desafio, a peça é uma oportunidade de tratar os conceitos do filósofo por meio de uma abordagem mais acessível. Os principais temas abordados são: a liberdade de pensamento; a liberdade de opção; a tolerância com o pensamento do outro; e o entendimento do mundo e das regras impostas, indagando coisas que já estão prescritas.

Segundo a professora, o teatro permite que conceitos filosóficos sejam explorados em um contexto prático, diferente do que se experimenta no texto escrito, e por meio da atuação, estudantes podem vivenciar dilemas éticos, paradoxos existenciais e debates morais que contribuem para a formação desses profissionais.

O produtor André Luiz Alves, que promove o espetáculo em Campo Grande, acredita que trazer um pensador de 400 anos atrás é inovador, impactante e ousado. “Toda a proposta, contestação, o que ele indagava, e questionava, são coisas muito pertinentes e atuais. Trazemos isso com uma linguagem limpa, bonita, figuras impactantes, e uma música sefardita do século 17, que casa perfeitamente com o espetáculo. Acho que nos faz pensar, atualmente, sobre o que é ser humano, e o que é um ser humano”, afirma.

Texto: Nayane Aleixo, bolsista da Agência de Comunicação Social e Científica