Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, profere palestra na UFMS

O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, proferiu uma palestra na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sobre os Desafios da Educação e da Democracia em Tempos de Crise. A atividade foi realizada por meio da iniciativa conjunta do Programa de Pós-graduação em Educação e do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social.

Em sua análise de conjuntura, Haddad citou o momento de expansão das universidades públicas durante o seu mandato como ex-ministro. “A nossa universidade pública se abriu para a sociedade, recebendo grupos sociais que não estavam na Universidade. Ela se tornou muito mais representativa e, hoje, temos a obrigação de devolver ao país um futuro, que tem que ser construído na universidade”, afirmou.

Diante desse cenário de abertura, o ex-ministro avalia que o momento atual das Universidade não será tão fecundo como outrora. A previsão de cortes no orçamento destinado ao ensino superior, somado a PEC que congela os gastos públicos, aponta para um panorama bem complicado. Muitas Universidades já sinalizaram que não conseguirão se manter depois de setembro. Sobre isso Haddad comentou: “a série de retrocessos que estamos assistindo fratura profundamente a educação superior pública, gratuita e de qualidade no país. Daqui para frente, vamos encarar um enorme desafio para manter as estruturas da universidade. É lamentável”.

Demissão de terceirizados, contas de luz acumuladas e obras de expansão paradas por falta de verba. Essa é a realidade de muitas universidades que encaram o corte de verbas. Contra tudo isso, Haddad sugere que as universidades busquem parcerias, se mantenham em diálogo com a sociedade e, sobretudo, que se mantenha como instituições de formação de massa crítica. Para ele, a única esperança de superação da crise é “nos tornarmos militantes de uma causa generosa, uma causa de nação. E se colocarmos o potencial da universidade a serviço de uma causa como essa, certamente vamos transformar o Brasil ”, concluiu.