As instituições de pesquisa têm um papel fundamental neste momento de luta global contra a disseminação do novo coronavírus no mundo. Para a ciência, o vírus ainda está sendo estudado. A doença, Covid 19, foi descoberta em 31 de dezembro de 2019, e em menos de um ano já tem provável vacina desenvolvida até o fim de 2020.
O médico infectologista e professor da UFMS, Júlio Croda, considera um avanço incrível para a ciência em curto período de tempo. “Temos que agradecer aos cientistas, instituições de pesquisas e universidades que fazem a diferença. Por isso, é importante o investimento maior, porque agora no período da pandemia quem está respondendo e quem pode trazer uma solução definitiva são justamente estas instituições com estudos de desenvolvimento de vacinas”, pontua Croda.
Na UFMS, o especialista lidera um Programa em parceria com a Universidade de Melbourne, na Austrália, onde o estudo começou há um mês. O programa é financiado pela fundação Bill e Melina Gates e recebe o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o médico, será feito um estudo clínico de revacinação do Bacilo de Calmette-Guérin (BCG) e a aplicação será em trabalhadores de saúde de Campo Grande, cerca de duas mil pessoas devem participar do Programa de Revacinação. Croda explica que o estudo é para saber se a vacina aplicada na infância contra a tuberculose poderá proteger contra Covid 19. “Por isso, é importante valorizar nossas instituições de ensino e pesquisa porque podem trazer inovações e respostas nestes momentos difíceis”, ressalta o infectologista.
A UFMS cumpre muito bem essa função de promotora da ciência e inovação. Tanto que a Universidade tem auxiliado o estado em várias frentes. E ainda pode ofertar, por meio de estudos, possíveis tratamentos ou vacinas contribuindo com resposta à pandemia.
Júlio Croda reforça que a população precisa ficar atenta em relação a fake news. Já que nada ainda foi validado cientificamente nem para prevenir, ou para tratar. Tudo está sendo estudado, experimentado, nada comprovado. “Muitas vidas poderiam ser salvas com medidas simples de prevenção e que não são adotadas porque existe uma disseminação de fake news e faz com que a população acredite que existem outras formas de prevenir ou de tratar a doença. E desta forma não faz o distanciamento social, não usa máscara, não acredita que o vírus mata. A gente vê pessoas dizendo que muitos pacientes que morrem não foram diagnosticados com Covid. Isso é mentira!”, explica Julio Croda.
Caso haja sintomas da doença, a pessoa deve procurar manter a janela imunológica com o distanciamento social e fazer o exame no drivethru coronavírus de sua cidade. Campo Grande está em um momento considerado preocupante com o avanço exponencial expressivo de pessoas infectadas pela Covid-19, nas últimas semanas. E para finalizar a entrevista o médico infectologista fez uma consideração que vale como prescrição médica durante o período de pandemia.
Júlio Croda reafirma todas as recomendações e orientações já informadas pela OMS, “quem puder fique em casa, obedeça ao distanciamento social, faça o uso de máscaras, evite contato das mãos no rosto, e higienize as mãos com frequência. Este é o método que deve ser usado por todos neste combate à disseminação avançada do novo coronavírus”, finaliza.
Texto: Ida Garcia