Nos dias 28 e 29 de junho, as comunidades interna e externa poderão conhecer o trabalho realizado no Centro de Estudos em Células-Tronco, Terapia Celular e Genética Toxicológica (CeTroGen) da UFMS e de pesquisadores convidados da área. O evento CeTroGen Populariza apresenta estudos que estão em andamento ou que já possuem resultados relacionados à medicina regenerativa e ao ácido desoxirribonucleico (DNA).
A programação será realizada na Faculdade de Medicina (Famed), no anfiteatro 1 da Unidade 9, das 8h às 18h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas neste link. As vagas são limitadas.
O evento será realizado em celebração ao primeiro ano do centro nas instalações da Famed e também às conquistas alcançadas. “Estar de casa nova, em um ambiente propício para retomar as pesquisas é um marco bem importante. Junto com isso tivemos outras consolidações. Vários trabalhos que estavam em andamento foram finalizados, com publicações nacionais e internacionais ao longo deste ano. E inclusive, com a publicação mais recente, nos tornamos o primeiro grupo do Brasil, até onde conseguimos consultar na literatura, que trata quatro doenças em seres humanos com células-tronco mesenquimais do tecido adiposo”, comemora o coordenador do CeTroGen e do projeto de extensão com mesmo nome, Rodrigo Juliano Oliveira.
Outro motivo para comemoração é a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos para a realização do primeiro transplante alogênico de células-tronco mesenquimais. “Antes a gente pegava a célula do paciente e produzia um biomedicamento para ele. Agora vamos pegar a célula alogênica, ou seja, de um doador, que semelhante ao doador de sangue passou por todos os exames e está apto à doação. Já temos um biorrepositório, agora vamos começar os primeiros transplantes no próximo semestre. Queremos registrar o primeiro transplante nessas condições para osteoartrite do país”, aponta.
O objetivo principal do CeTroGen Populariza é a popularização da ciência. “Temos observado que a ciência produzida nas universidades é publicada em revistas muito especializadas e esse nível de especialização impede que as pessoas entendam o que realmente significa aquela pesquisa e como ela pode impactar na qualidade de vida da população. Então queremos traduzir esses conceitos difíceis para uma linguagem mais simples. Entendemos que esse ato nos aproxima da população e nos permite levar esses benefícios à ela com mais rapidez e agilidade”, explica.
O primeiro dia será voltado à medicina regenerativa. Serão apresentados resultados de estudos para o tratamento de doenças como a osteoartrite, a bexiga hipocontrátil, o tendão calcâneo roto e a doença de Crohn, e também os avanços do CeTroGen na terapia celular e reprodução e no uso da terapia celular com aplicação veterinária. “O primeiro transplante de células-tronco mesenquimais para o tratamento da osteoartrite de joelho no Sistema Único de Saúde (SUS) foi feito por nós. O primeiro transplante de células-tronco mesenquimais de tecido adiposo para bexiga hipocontrátil no mundo foi feito por nós. E publicamos ainda o primeiro trabalho no SUS de pacientes tratados com terapia celular para o tendão calcâneo roto”, pontua o professor.
No segundo dia, os estudos apresentados irão abordar o DNA. Pesquisadores do CeTroGen da linha intitulada Envelhecimento saudável falarão sobre os resultados obtidos até o momento. “Teremos uma palestra mais focada na área clínica, sobre o processo de envelhecimento celular, e outra sobre a busca por um marcador da idade biológica, que é o tamanho do telômero (ponta do cromossomo que protege o DNA da célula). Será abordado como encontrá-lo, como medí-lo, entre outras questões, porque quanto mais longo o nosso telômero for, mais novos nós somos, e quanto mais curto ele for, mais velhos nós somos. Há a idade cronológica e a idade biológica e nem sempre elas correspondem”, elucida o coordenador.
Na programação estão também uma palestra sobre a prospecção de medicamentos para o tratamento do câncer e a participação de pesquisadores convidados da Universidade Federal da Grande Dourados e Universidade Católica Dom Bosco. Entre os assuntos a serem abordados estão: o refinamento da ciência em soluções diagnósticas inovadoras; testes moleculares point of care aplicados em saúde única; a aplicação da genética toxicológica no biomonitoramento ambiental e humano e a aplicação do eDNA na atualidade, entre outros. O evento será encerrado com um minicurso sobre a extração do DNA e a reação em cadeia da polimerase.
A programação completa pode ser acessada no perfil do CeTroGen.
Texto: Ariane Comineti
Fotos: Álvaro Herculano – Arquivo da Agecom/UFMS