Estudantes da Faculdade de Computação (Facom) da UFMS conquistaram a 17ª posição entre 55 equipes na 26ª Maratona de Programação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). A posição marca também a 30ª de 252 equipes da América Latina e é uma conquista recorde para a Universidade, que tem avançado ao longo dos anos na competição.
Na maratona, equipes de três estudantes se enfrentam com o objetivo de resolver o maior número de problemas computacionais em menor tempo. A prova costuma ter cinco horas de duração e em torno de 12 a 14 problemas a serem resolvidos.
A equipe intitulada “print ‘Batatinha Frita’, 1, 2, 3” foi composta pelos estudantes Enzo Falchi Gaban, do curso de Ciências da Computação, Matheus Vyctor Aranda Espíndola e Luiz Henrique da Silva Santos, de Engenharia de Computação, acompanhados pelos professores Anderson Viçoso de Araujo e Amaury Junior.
De acordo com o professor Anderson, há na UFMS uma competição chamada “Desafio de programação da Facom”, na qual os estudantes participam de forma individual. Os melhores colocados são convidados para participarem da etapa regional da Maratona de Programação e, conforme o desempenho, se classificados, passam à etapa nacional.
A primeira fase da Maratona de Programação foi realizada on-line em 30 de outubro de 2021. Após a classificação nesta etapa, a equipe da UFMS disputou a final nacional em Gramado, no Rio Grande do Sul, nos dias 31 de março e 1º de abril.
“O resultado alcançado pela equipe da Facom neste ano foi o mais importante da história da Universidade nesta competição, que já acontece há 26 anos e é muito consolidada. Nós como professores, eu como treinador, a instituição como um todo, ficamos muito felizes e orgulhosos de termos estudantes capacitados com toda essa qualidade aqui dentro da nossa Universidade”, disse o professor.
O estudante Enzo Falchi Gaban revelou que a equipe já estava muito feliz de chegar à final e a ideia foi aproveitar ao máximo o evento. “Fomos com o intuito não só de participar da competição, de resolver a maior quantidade de problemas possível, mas de participar também de todas as atividades propostas”, disse.
Para Matheus Vyctor Aranda Espíndola, a experiência foi “incrível e surreal, em diversos aspectos”. “Desde a preparação à viagem, a organização, a agenda do evento propriamente dito, as palestras que presenciamos e a interação com finalistas que vieram de diversas partes do Brasil, a troca cultural foi muito boa e a prova também foi muito bem elaborada, é muito criativa. Ter participado foi uma experiência engrandecedora”, falou.
Luiz Henrique da Silva Santos contou que já participa da Maratona de Programação desde 2018 e que representou a UFMS na final brasileira nos últimos três anos. “Cada evento é sempre muito divertido, são dias bem focados em Computação com palestras e dicas muito legais das empresas, as pessoas que conhecemos lá também são sensacionais, são jovens programadores do Brasil inteiro, com diferentes conhecimentos e sotaques, mas no código a gente se entende. E também temos a oportunidade de viajar”, comentou.
Sobre o sentimento de ficar em 17º na competição os três foram unânimes: felicidade e orgulho. “Já estávamos muito contentes de termos ido para a final nacional. Somado a isso tivemos esse resultado bacana, foi um ótimo motivo para comemoração”, apontou Luiz Henrique. “A equipe toda ficou muito feliz com o que alcançamos”, complementou Enzo. “Fora o aprendizado, foi muito gratificante ver nossa Universidade no topo, ficamos entre os melhores do Brasil. Ver todo o esforço, nossa dedicação e dos nossos professores e o suporte que a Universidade nos deu, ver tudo isso se refletindo de fato em um ranking, em um resultado numérico, foi muito bom”, afirmou Matheus.
Quanto à participação o consenso também é de que vale muito para a formação acadêmica. “A contribuição é tanto nos fazendo estudar e conhecer algoritmos novos, que se não soubermos não conseguiremos resolver o problema na hora da prova, quanto no contato com empresas da área no evento”, indicou Enzo.
Luiz Henrique, que já participa há algum tempo, afirmou que pôde observar ao longo dos anos amadurecimento na forma de programar, de organizar o código e o pensamento para a solução dos problemas. “Aprendi vários algoritmos e estruturas de dados e além da organização pessoal, aprendemos muito a nos organizar como equipe também, a identificar os pontos fortes de cada um, a trabalhar sob pressão, a tentar utilizar o tempo de forma inteligente. Ainda, as empresas que participam do evento nos dão muitas dicas do mercado de trabalho, sobre os processos seletivos”, lembrou.
Para Matheus, a participação contribui de diversas formas, principalmente na construção de raciocínio e no aperfeiçoamento, proficiência e fluência na linguagem de programação. “Durante a prova e preparação nos deparamos com problemas que podem ser aplicados em diversas áreas do conhecimento e para diversas empresas. Então, quando dado um problema, o fato de conseguirmos ter uma visão mais analítica, conseguirmos programar uma solução, agrega demais à nossa formação. Fora as trocas culturais e os contatos com as empresas, que também são sempre muito importantes”, falou.
A Maratona de Programação existe desde 1996 e nasceu das competições regionais classificatórias para as finais mundiais do concurso de programação, o International Collegiate Programming Contest. É voltada a estudantes de graduação e início de pós-graduação na área de Computação e afins.
A UFMS irá sediar a final nacional da maratona em 2023. Em 26 anos do evento, ele nunca aconteceu no Mato Grosso do Sul, e será a segunda vez no Centro-Oeste. “Para todos nós será um orgulho sediar este evento e para mim, um sonho, pois fui competidor há 20 anos e agora estarei à frente da organização. Nós, professores da Facom, estamos nos preparando para fazer o melhor evento possível, mostrar que temos capacidade de sediar e de dar bons frutos, mostrar que nesse tipo de competição encontramos bons estudantes com boas qualidades, mostrarmos também nossos estudantes para o mercado de trabalho e a qualidade da formação na UFMS”, finalizou o professor Anderson.
Texto: Ariane Comineti – Fotos: cedidas pelo professor Anderson