Encontro interdisciplinar da Trilha Rupestre recebe inscrições até 23 de abril

A Trilha Rupestre, programa institucional que busca contemplar municípios do Estado onde há arte rupestre com fortalecimento cultural, turístico e econômico, realiza o 1º Encontro Interdisciplinar da Trilha Rupestre, na Cidade Universitária,  entre os dias 22 e 28 de abril. Estudantes e professores da Universidade e de outras instituições de ensino podem realizar a  inscrição até o dia 23, clicando aqui.

A programação começa no dia 22 de abril com a realização do primeiro GeoDia de Mato Grosso do Sul .  Entre as atividades está uma exposição de minerais e rochas das 8h às 16h, no Parque das Nações Indígenas, com entrada pelo portão Guató. Haverá visita guiada pelo acervo de fósseis no período matutino no Bioparque do Pantanal, e no período vespertino a visita será realizada no Museu  das Culturas Dom Bosco.

A ideia do GeoDia é mostrar um pouco destes produtos geológicos, como minerais e rochas, do nosso Estado, no caso da exposição do Parque das Nações Indígenas, as suas aplicações e onde podemos encontrá-los. Além disso, estaremos nos museus falando um pouco sobre a história da vida na Terra, a partir dos respectivos acervos de fósseis, explica a professora da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia e responsável pelo GeoDia, Sandra Gabas.

No dia 25, às 9h, a Rota Rupestre será apresentada no auditório 1, do Complexo Multiuso, na Cidade Universitária. Na oportunidade, os professores irão expor as pesquisas e os trabalhos realizados, para motivar outros pesquisadores e estudantes a fortalecerem o programa.

Nos dias 26 e 27 será realizada uma simulação de escavação das 8 às 17h, em frente ao Estádio Morenão. Estão disponíveis apenas 20 vagas para e os estudantes selecionados poderão participar posteriormente de uma escavação real no município de Alcinópolis.

Segundo o coordenador da simulação,  o professor  da Faculdade de Ciências Humanas Carlos Eduardo da Costa Campos, na oportunidade será possível capacitar o público interessado para o sítio-escola de arqueologia que é um produto do programa Trilha Rupestre.

O ponto principal para a gente pensar no papel do aluno com essa atividade e na sua formação, é pensar no mercado de trabalho. Um discente que tem contato técnicas, métodos de escavação, começa a entender como lidar com o sítio arqueológico ou também com objeto patrimonial. Ele começa a ter um olhar mais aguçado, amplia suas possibilidades de trabalho, começa a desenvolver habilidades e daí o interesse para pensar na formação futura na área de arqueologia, ou paleontologia se tiver interesse em seguir para outro ramo que vai para além do ofício do historiador, explica o professor.

O estudante do 5º semestre de história João Guilherme Vieira Poitai, participa do programa e conta um pouco sobre sua experiência e como ela vai colaborar  para sua formação profissional. “Ter o contato com professores especialistas e com os locais e paisagens da trilha é algo imprescindível para a formação acadêmica, uma vez que é uma oportunidade para entender melhor tanto a história da humanidade quanto a história do Brasil, o que vem a ser extremamente importante quando penso que me formarei professor de história e poderei usar tais experiências em sala de aula para desenvolver, junto aos alunos, uma formação cidadã melhor”.

Luis Miguel Pereira Lacerda também é estudante de história na Cidade Universitária, ele relata que a experiência que teve na Trilha Rupestre foi riquíssima para sua formação profissional e humana. “Tive participação direta com diversos professores. Nós fomos em casas, visitamos pessoas, visitamos estradas, coisas que geralmente fogem dos nossos olhos e nós conseguimos ver que o patrimônio e as riquezas aqui do Estado estão em toda parte”.

Os participantes receberão certificado.

Trilha Rupestre

A Trilha Rupestre desenvolve ações para fomentar a economia local de maneira sustentável, com a capacitação da comunidade para a circulação de renda através da Bioeconomia.

A diretora de Popularização da Ciência da Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Esporte Lia Brambila, explica que o programa ganhou maior abrangência e populariza a ciência produzida na Universidade. A diretora relata que até o momento são mais de 740 sítios arqueológicos cadastrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que fornecerão subsídios para a criação de uma trilha rupestre. Desses, os com maior potencial são 80 sítios que têm pinturas rupestres e estão situados no corredor ecológico na região norte do Estado. Uma das metas é que as pessoas tenham conhecimentos destes locais e conheçam além da arqueologia, a gastronomia, as riquezas da fauna e da flora além de melhorar a economia local de maneira sustentável, com a capacitação da comunidade para a circulação de renda por meio da Bioeconomia.

Sabemos que a região norte de Mato Grosso do Sul é pouco industrializada. E geralmente os moradores acabam migrando para cidades maiores, então isso é uma possibilidade de auxiliá-los na produção de artigos, de plantações, para que as pessoas e as famílias fiquem e ganhem dignamente seu sustento sem agredir o meio ambiente com os conhecimentos que a Universidade pode fornecer para as pessoas”.

Sobre os próximos passos do programa a diretora Lia Brambila afirma que a Rota Rupestre precisa ser ainda mais conhecida, somar parcerias e oferecer conhecimento e informação em benefício da população.

“Pelo momento nós estamos naquela fase de juntar os pesquisadores e as pesquisas. Nós já falamos com os prefeitos e estamos ainda dando os primeiros recursos e agora é botar para funcionar. É fazer formação, é ensinar e passar para as pessoas o nosso conhecimento aqui da UFMS e fazer com que estas pessoas tenham uma vida melhor”, finaliza

Texto: Mirtes Ramos
Fotos: Marcos Antônio dos Reis