Emoção e representatividade marcam a última noite de colação de grau na Cidade Universitária

Nesta quarta-feira, 13, o Ginásio Moreninho reuniu 220 formandos para a terceira noite de colação de grau da Cidade Universitária. Os estudantes das Faculdades de Artes, Letras e Comunicação, de Ciências Humanas, de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia e dos Institutos de Química e de Matemática, celebraram o fim de um ciclo na Universidade. A noite foi marcada pela emoção, com a formatura de estudantes de diferentes áreas do conhecimento e, entre eles, o primeiro formando surdo do curso de Audiovisual.

O reitor Marcelo Turine ressaltou o orgulho em participar de um momento como esse. “Hoje vocês estão marcando um gol, aqui no Moreninho. Não se esqueçam de ter orgulho da nossa Universidade. Que vocês nos ajudem a construir um Mato Grosso do Sul e um Brasil mais justo, menos desigual, sem corrupção. Nos ajudem a transformar nosso estado, com muita coragem essa nova fase que se inicia hoje”, disse. Na ocasião, o reitor também entregou 13 títulos honoríficos para os melhores estudantes, de cada um dos cursos.

A vice-reitora Camila Ítavo comentou sobre a importância de cada formando celebrar, agradecer e honrar esse momento único em suas vidas. “ Um recado do coração, vou falar sobre três palavras, três verbos. Hoje é uma noite para celebrar a conquista, pelo fato de que muitos aqui são os primeiros a ter o primeiro diploma na família. Celebrar a qualidade dos nossos cursos, celebrar que a UFMS é 10. Vocês com certeza farão que nossa Universidade brilhe mais. E agradecer aqueles que sonharam com nossa Universidade, aqueles que foram corajosos. E em terceiro e último, honrar. Honrem o fato de  terem sido estudantes da UFMS, honrem a história de cada um de vocês, as lutas de cada um. A partir de hoje vocês serão para sempre UFMS”.

O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Albert Schiaveto de Souza, falou em nome de todos os pró-reitores e parabenizou a Universidade pela integração com os estudantes e a oportunidade de realização das colações desde 2017. “Estamos no terceiro dia dessa festa, estou muito feliz por participar dela. Vocês acordaram hoje como estudantes e vão dormir como profissionais. É lindo isso, parabéns! Vocês faziam parte de um grupo, da família da UFMS. Agora vocês fazem parte do mundo UFMS, o mundo dos nossos egressos. São mais de 70 mil egressos que estão na sociedade, transformando o mundo”, destacou.

O diretor da Faalc, Gustavo Rodrigues Penha, relembrou momentos importantes dos últimos 4 anos, como o início da graduação de estudantes durante a pandemia. “É uma alegria estar aqui. Saibam que vocês tem uma base muito bem construída. Vocês estão preparados para enfrentar o que precisar daqui pra frente. E a pós-graduação, o mestrado e o doutorado estão de portas abertas para vocês”.

A diretora da Fach, Vivina Dias Sol Queiroz, fez apontamos sobre o rumo da vida de cada formando e suas escolhas. “Nesta data inesquecível para todos nós, é preciso comemorar com intensidade. Parabenizo a todos pela perseverança, pela boa vontade e acima de tudo, pela escolha de suas formações, em nossa Universidade. Nunca se esqueçam que vocês estudaram em uma Universidade plural. Desejo que em todos os aspectos das suas vidas, vocês sejam sempre éticos, comprometidos com a construção de um mundo onde impere a paz, a solidariedade, o amor ao próximo, o respeito às diferenças e o respeito à pessoa humana”.

O diretor da Faeng, Robert Schiaveto de Souza, enalteceu que a caminhada dos estudantes e desejou sucesso. “É com grande alegria que nós participamos dessa noite memorável. Para os formandos, é um momento de tomar boas decisões, de fazer boas escolhas. Quero dizer para vocês, muito sucesso profissional. O sucesso de vocês é o sucesso da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Agora não é mais valendo nota, agora é valendo nossos sonhos. Sejam felizes na profissão que vocês escolheram, se realizem profissionalmente. Parabéns e muito sucesso”, desejou.

O diretor do Inqui, Carlos Eduardo Domingues Nazário, aproveitou para falar sobre a nova jornada que cada um dos formandos enfrentará desse momento em diante. “O que eu quero deixar de mensagem para todos, é que vocês tenham a partir de agora muita coragem para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. Coragem para desenvolver novas habilidades e que tenham atitude para transformar nossa sociedade. Corram atrás dos inúmeros sonhos que surgirão, mas não esqueçam de viver a vida. Parabéns aos formandos”, comemorou.

O diretor do Inma, Bruno Dias Amaro, incentivou os formandos a serem os melhores profissionais em suas respectivas áreas de estudo e destacou a relevância de cada pessoa contribuir para a sociedade em suas especialidades. “Todos aqui estão saindo formados por uma das melhores Universidades do país. Se eu tivesse que resumir a minha fala, elas seriam ‘integração e diversidade do conhecimento’. Não importa qual profissão que vocês escolheram, seja nela o melhor profissional possível. Que cada um na sua área de conhecimento, tenha um papel a contribuir na sociedade. Em particular, nosso Instituto sempre estará aberto aos nossos estudantes”, exaltou.

O professor da Faeng, Ruben Barros Godoy, como representante dos professores paraninfos, agradeceu sua posição na cerimônia e pontuou alguns caminhos que os novos profissionais podem seguir. “É um momento de muita emoção. Me sinto privilegiado por representar os paraninfos. Acadêmicos, sejam humildes e tenham paciência com o aprendizado, porque o aprendizado não se encerra, ele começa. Como profissionais, o nosso sucesso depende em focar nas pessoas. Nunca se esqueçam do seu compromisso social. Vocês estão levando a UFMS com vocês. Honrem esta instituição. Se essa instituição crescer, vocês cresceram com ela”.

Representatividade e novos rumos

Em meio às becas, um cocar da etnia terena chamava atenção. Era o bacharel em Audiovisual Wedyn Santos Pereira, surdo de origem terena, que agora realiza um sonho. “Escolhi o audiovisual, porque sempre foi do meu interesse áreas que envolvessem televisão, cinema, fotografia e afins. É de suma importância a preocupação com o público surdo no audiovisual e em outros cursos também. Os surdos não devem ser alheios à sociedade, os profissionais devem pensar e se capacitar para que possam desenvolver suas respectivas atividades também com a comunidade surda. É muito mais fácil encontrar a áudio descrição de um filme do que filmes com o quadro de tradução em libras”, explicou.

A bacharel em psicologia Ana Paula Marcos Rodrigues Terena também sentiu-se orgulhosa ao representar sua etnia. “Eu sou indígena terena, e é de grande orgulho pra mim estar me formando. Escolhi esse curso, primeiramente para ajudar as pessoas, mas no meio do caminho ao longo do curso eu acabei me apaixonando pela ciência da psicologia e também pela psicanálise, e eu pude ver que é muito mais do que ajudar as pessoas. Aqui no Brasil tem mais ou menos 57, 56 a 57 psicólogos registrados indígenas, então eu fico brincando que ano que vem vai ter 58 no Brasil”, disse.

A bacharel em Engenharia Ambiental Kamilla Toratti comentou que o apoio da Universidade desde o início do curso foi muito importante. Tanto que, já no primeiro ano, conseguiu um estágio na área. “Eu consegui uma vaga de estágio no primeiro ano, aí eu fui me desenvolvendo e agora eu já estou empregada na área. A faculdade em si é muito interessante, ela é bem diferente do que a gente imagina. Agora quero desenvolver da melhor forma tudo o que eu aprendi durante esse tempo todo”.

Já em sua segunda graduação, a bacharel em psicologia Valéria dos Santos Batista relata que viu na nova área uma oportunidade de ficar mais perto das pessoas. “Já vivi esse glamour aqui desse dia tão especial, mas é algo novo, porque na primeira vez eu estava em outro momento da minha vida. Eu me formei em Direito, eu estava grávida, prestes a meu filho nascer, e aí eu tive oportunidade de estudar Psicologia, porque no Direito eu atuei na vara de família há anos, e de uma forma indireta eu acabava tendo que ouvir as pessoas, fazer um pouco do papel do psicólogo. Então, eu acredito que isso veio acrescentar na minha vida, e a superação, porque eu sou veterana, já tenho mais de 50. Então, hoje o meu maior motivo é que minhas netas vejam a avó se formando”, encerrou emocionada.

Texto: Elton Ricci, com informações de Alíria Aristides

Fotos: Álvaro Herculano