A luz é um fenômeno natural que a ciência busca entender e utilizar ao longo dos anos. Ela está presente no nosso cotidiano: na medicina, na cultura, na comunicação por meio da internet, na educação, na preservação do meio ambiente e em diversas outras áreas.
“Há temas que envolvem o uso da luz no desenvolvimento de solução para criminalística, diagnósticos de doenças, combate a patógenos, mitigação de poluentes ambientais e geração de energia”, relata o professor do Instituto de Física e vice-coordenador do Sistema Nacional de Fotônica (Sisfóton), Cícero Cena.
A luz desempenha um papel tão importante no dia a dia das pessoas que tem até data própria, idealizada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura: 16 de maio.
E em alusão a esta data, o Sisfóton, vinculado ao Laboratório de Óptica e Fotônica, do Instituto de Física, promove no dia 16 de maio, um evento com apresentações de projetos de pesquisa, na Cidade Universitária, no auditório do Complexo EaD e Escola de Extensão, das 8h30 às 12h. A apresentação é aberta ao público, e não é necessária inscrição prévia.
O professor Cícero Cena explica que no dia do evento uma série de projetos de pesquisa que impactam na qualidade de vida da sociedade serão apresentados.
“A importância da comemoração da data reside na necessidade de chamar a atenção para dois pontos principais: primeiro, como a luz está presente em nossas vidas e como o desenvolvimento dos conhecimentos em torno desta permitiram grandes avanços na sociedade, como, por exemplo, desde o uso da luz para iluminar as nossas casas, até a comunicação por fibras ópticas e avanços na medicina com o uso de laser; o segundo ponto é mostrar como ainda há muitas pesquisas sendo realizadas utilizando luz, que poderão contribuir muito para atingirmos diversas metas mundiais de desenvolvimento sustentável, com aplicações na saúde, meio ambiente etc.”, comenta o professor.
O evento terá a presença de membros da comunidade universitária e da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Além de professores do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal da Grande Dourados, Universidade Federal do Mato Grosso e Universidade Estadual Paulista.
Trabalhando com a luz
O Sisfóton é uma das principais ações estratégicas da Iniciativa Brasileira de Fotônica do MCTI, realizada com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No ano passado, foram selecionados apenas 10 laboratórios no Brasil para fazer parte do ecossistema nacional de fotônica, ou seja, espaços que utilizam a luz como principal ferramenta para induzir processos e desenvolver novas tecnologias. O Mato Grosso do Sul concorreu com grandes centros, e a UFMS foi contemplada, recebendo aporte financeiro do CNPq e da Fundect.
“O laboratório vai além das pesquisas aplicadas em temas de interesse da sociedade, servindo também como ponto de apoio para a comunidade científica que deseje ou precise utilizar da infraestrutura do mesmo, e contribuindo para formação de recursos humanos altamente qualificados na área. Diversos alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado desenvolvem seus projetos de pesquisa e aprofundam sua formação no âmbito do laboratório”, reforça Cícero.
O professor do Instituto de Física e coordenador do laboratório, Anderson Caires, é um dos profissionais que trabalham e realizam pesquisas utilizando a luz, e uma de suas investidas é na produção de nanomateriais capazes de absorver essa luz, para que consigam inativar microrganismos, inclusive os multirresistentes, como as superbactérias, sem empregar nenhum processo químico. “Estamos desenvolvendo técnicas ou metodologias alternativas para enfrentar, por exemplo, essa questão relevante no momento, que é o combate às bactérias super-resistentes”.
Anderson reforça que as tecnologias que utilizam a luz como ponto de partida fazem parte do nosso cotidiano. “Às vezes não nos atentamos a isso, mas quando eu vou ao supermercado, e, no momento de pagar a compra, o caixa pega o produto e faz a leitura do preço, ele usa uma tecnologia fotônica que tem um leitor de código de barras, que usa o laser. Hoje existe laser na medicina, para fazer cirurgias, na estética, com a depilação. Quando eu esquento uma água no micro-ondas, estou utilizando da luz para esse aquecimento”, contextualiza o coordenador.
Esta é a segunda edição do evento na Universidade, e qualquer pessoa interessada no assunto, sendo ou não da área, pode comparecer.
Texto: Agatha Espírito Santo