Educação para a Paz reúne professores e estudantes em prol do diálogo e da mediação de conflitos

A roda de conversa Educação para a Paz, realizada na terça-feira, 18, no canal da TV UFMS, proporcionou uma reflexão a toda comunidade universitária com debates sobre mediação social de conflitos, comunicação não violenta, combate e enfrentamento às diferentes formas de violência na Universidade, violação de direitos, convivência universitária e cultura da paz.

O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Albert Schiaveto de Souza, fez a abertura do encontro e afirmou sobre a importância do evento, que faz parte da campanha Eu Respeito, dentro do Programa Se Cuide, Te amo. “Estamos muito felizes pois vamos trabalhar um tema super importante numa roda de conversa com quatro pesquisadores, doutores, professores da UFMS”, disse. 

O encontro foi mediado pela diretora de Inclusão e Integração Estudantil da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Luciana Contrera, com a participação dos professores Carolina Ellwanger, do Câmpus de Três Lagoas; Cláudia Araújo de Lima, do Câmpus do Pantanal;  Jacy Correa Curado  e Tiago Duque, da Faculdade de Ciências Humanas. 

A professora do curso de Direito do Câmpus de Três Lagoas Carolina Ellwanger atua em núcleos de práticas jurídicas em ênfase em soluções pacíficas de conflitos e falou da importância da justiça restaurativa nesses processos. 

“É possível construir uma pacificação diante de crimes tão sérios? A resposta da justiça restaurativa diz que é sim, é possível, mas para isto nós temos que implementar essa lógica de restauração concomitante com o direito penal. Então, a justiça restaurativa vem para complementar o direito penal”, explicou. 

Pesquisadora da cultura de paz e não violência, a professora de pós-graduação em Educação Social do Câmpus do Pantanal Cláudia Araújo de Lima abordou o tema na perspectiva da educação e saúde.  

“As pessoas não nascem violentas, elas se transformam em pessoas violentas a partir dos modelos de que lhe são apresentados e as formas como elas são educadas. O movimento de trazer a possibilidade da não violência passa por estabelecermos potencialidades para pessoas em desenvolvimento”.

Os dois professores da Faculdade de Ciências Humanas citaram a música “Minha Alma” do grupo O Rappa. Para a professora do curso de Psicologia “a paz sem voz” é a paz da submissão, da opressão, é a paz do mesmo. “Você recua porque tem medo, e isso é muito triste. Pensando numa cultura de não violência, da educação da não violência, temos de ouvir quem sofre também, porque assim a gente tem chance de errar menos na elaboração de propostas”. A professora Jacy Correa é pesquisadora na área de psicologia social, violência de gênero e desigualdade social. 

Já o professor do curso de Ciências Sociais Tiago Duque trouxe uma reflexão sobre a importância de se discutir as diferenças. “Eu acho que ainda existe um certo temor das discussões que podem ter diante das diferenças, aquele medo do cancelamento… Não há como pensarmos em uma comunicação não violenta, em combate e enfrentamento das diferenças e aquelas diferenças hierarquizadas e as formas de violência, se a gente não tiver a compreensão do quanto somos produzidos como diferentes, por isso a ideia de diferenciação me parece mais interessante do que a ideia de igualdade”, explicou. 

Assista na íntegra a roda de conversa Educação para a Paz no canal da TV UFMS.

Alinhamento com Diretores

Na tarde de terça-feira, foi realizada uma reunião de alinhamento com todos os diretores das Unidades Setoriais, pró-reitores e diretores de Agências. O objetivo foi tratar sobre o reforço da segurança e do monitoramento realizados em toda a Universidade, a preocupação com a disseminação de fake news e o combate aos crimes de ódio. O pró-reitor de Administração e Infraestrutura, Augusto Malheiros, explicou as ações para manter a segurança da comunidade universitária. “Estamos todos muito atentos e contamos com o apoio das equipes de Inteligência, da Polícia Federal, para ampliar a vigilância e preservação da vida”, afirmou.

O pró-reitor da Proaes falou sobre o objetivo do evento Educação para a Paz e pediu o apoio de todos para ampliar a divulgação e participação. “Esse é uma primeira iniciativa para fortalecer o diálogo em prol da convivência harmônica na Universidade, proporcionando um ambiente de muita tranquilidade para que cada um possa exercer o seu melhor e contribuir com o crescimento de todos”, disse.

Texto: Laura Toledo e Rose Pinheiro