Servidoras-pesquisadoras da Universidade já podem submeter propostas para o edital Mulheres na Ciência UFMS 2020, que prevê apoio financeiro para despesas de custeio em projetos de pesquisa e inovação em andamento no ano de 2020.
As submissões devem ser feitas on-line por meio do site Sigproj.ufms.br até 31 de outubro de 2020. A ação visa ampliar a participação feminina na liderança de projetos e incentivar a inserção de pesquisadoras como docentes nos programas de pós-graduação. De acordo com a chefe da Coordenadoria de pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propp), Gecele Matos Paggi, “essa iniciativa vai proporcionar também melhores condições para formação de recursos humanos, produção, aprofundamento das pesquisas e também pode contribuir para uma melhoria nos programas de pós-graduação da UFMS”.
Entre os itens financiáveis estão despesas com serviços de tradução, revisão e publicação de artigos científicos em periódicos e inscrição em eventos para apresentação de trabalhos.
“Então, esse edital vem para auxiliar essas pesquisadoras para aquisição de alguns itens, material de consumo ou pagamento de serviço de terceiros, entre outros itens de custeio, para auxiliar nesses projetos de pesquisa”, destaca Gecele.
O montante de recursos financeiros aprovados é de R$ 500 mil reais provenientes de recursos próprios da UFMS com 60% reservado para apoio a pesquisadoras que não atuam nas categorias permanente ou colaboradora em Programas de pós-graduação (PPGs) da UFMS. O valor máximo para cada proposta será de R$ 5.000 reais.
Alguns dos pré-requisitos para a inscrição são que a autora da proposta seja servidora do quadro efetivo da UFMS, coordenadora de projeto de pesquisa em andamento cadastrado na Propp e que possa título de mestre ou doutora.
Participação feminina em pesquisas
De acordo com um levantamento da Coordenadoria de pesquisa, dos 592 pesquisadores registrados, 281 são mulheres, presentes em todos os câmpus.
Entre as pesquisas desenvolvidas está a da professora Ana Cláudia dos Santos, do curso de psicologia do Campus de Paranaíba, que teve início em 2019. O projeto busca conhecer o trabalho das mulheres em Mato Grosso do Sul, abordando aspectos da vida e subjetividade. “A proposta surgiu então de fazer um projeto de pesquisa a partir do meu trabalho como docente no curso de psicologia junto a realidade aqui da cidade, observando o trabalho das mulheres, a questão da violência”.
Para Ana Cláudia propostas como essa incentivam a participação de professoras na pesquisa e também podem despertar o interesse de estudantes. “Essa concessão de auxílio financeiro nos dá mais tranquilidade para alçar novos voos, publicações e outras pesquisas e tem um aspecto fundamental no projeto, como um recado para as alunas, um incentivo a elas”.
No Campus do Pantanal uma das pesquisas em andamento é a da psicóloga Franciele Ariene Lopes Santana, que analisa o desenvolvimento de habilidades sociais no público acadêmico, com o objetivo de implantar um programa de atendimento que ajude a desenvolver essas habilidades. Para a pesquisadora é importante que as mulheres se imaginem e queiram ocupar seu espaço na pesquisa. “Eu acredito que divulgar as pesquisas que as mulheres estão fazendo, dar voz, reconhecer, é um ponto muito importante para que a gente crie algo extremamente importante quando se ala em representatividade”.
Outro projeto cadastrado é o de Tecnologias digitais móveis e educação matemática, desenvolvido pela professora Aparecida Santana de Souza Chiari, que notou a necessidade de investigar o uso dos dispositivos no meio pedagógico. “Na pesquisa, a gente tem feito isso por meio de duas vertentes, na primeira explorando aplicativos voltados ou não para o ensino de matemática, em que possamos inserir esse aplicativo em uma proposta pedagógica que envolve o uso do smartphone. A segunda é o celular como um dispositivo para que o aluno possa usar para produzir o seu próprio conteúdo digital em vários formatos”.
Para Aparecida Chiari, incentivos às mulheres são fundamentais para valorizar a produção científica feminina. “Eu acho que é também uma forma de incentivar que mulheres que já pesquisam desenvolvam novos projetos e mulheres que tenham a vontade, mas que ainda não tiveram a oportunidade possam começar a desenvolver os seus primeiros projetos de pesquisa, no caso das mulheres que estejam em início de carreira”, finaliza.
O edital completo pode ser acessado abaixo:
Texto: Talita Oliveira