Nesta quarta-feira, 5, a partir das 20h, o Movimento Concerto recebe o Duo Amálgama para apresentação gratuita no Teatro Glauce Rocha. Formado pelo compositor e diretor da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc), Gustavo Penha, e pela violoncelista Sandra Tornich, o Duo se dedica a trabalhar interpretações orientadas no período barroco, com apoio de réplicas de instrumentos da época, como a teorba e o violoncelo barroco. O espetáculo é aberto às comunidades interna e externa e os ingressos podem ser reservados aqui.
Para o pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte e coordenador do Movimento Concerto, Marcelo Fernandes, é possível compreender o impacto do projeto ao longo dos anos a partir da relevância social e da lotação do Teatro. “Para nós é uma alegria, e quase uma obrigação, convidar o Gustavo Penha para participar. Ele é nosso professor de composição e, ao lado da Sandra, é incentivado pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura de Campo Grande”.
O professor do Curso de Música e diretor da Faalc, Gustavo Penha, reforça que o público pode esperar interpretações cuidadosas e atentas à diversidade presente em obras barrocas, com ênfase nos instrumentos utilizados pelo Duo. Ele ainda aponta que o Movimento Concerto possui forte impacto junto à população e se assemelha a ações desenvolvidas em outros países.
“Há um discurso muito raso e comum de que a música erudita é música de elite. A verdade é que é uma música potencialmente acessível a toda a população, mas para que se tenha acesso a ela, é preciso que se invista na formação musical e em toda a cadeia de produção e circulação de apresentações musicais. Além disso, no projeto Entrelaçando, buscamos mostrar o quão próxima a música barroca é de nosso cancioneiro nacional popular, apresentando versões instrumentais de canções brasileiras que possibilitam a percepção da conexão entre esses mundos aparentemente distantes, mas próximos por suas próprias construções musicais”, justifica.
A violoncelista Sandra Tornich destaca que as peças apresentadas não são comuns e que os dois exploram uma abordagem musical diferente, remetendo ao bucólico e ainda funcionando como um convite para fugir dos algoritmos das redes sociais. “É muito importante que a população tenha acesso a cultura e que o preço e custo não seja um freio para consumir, ainda mais quando se trata de eventos que ajudam na reflexão e conscientização histórica, social, musical da humanidade”.
O Duo Amálgama foi formado em 2010, quando os músicos cursavam o Núcleo de Música Antiga, da Escola de Música do Estado de São Paulo, e se capacitavam em instrumentos musicais específicos. Desde sua concepção, Gustavo e Sandra se preocuparam em apresentar um repertório pouco visibilizado da música barroca, ao mesmo tempo em que também trabalham composições mais atuais e populares brasileiras.
“Esta prática interpretativa começou na Europa, com um movimento de músicos que estavam cansados do mesmo, do de sempre, e começaram a se questionar se era assim mesmo que se tocava peças tão antigas. Ao começarem a pesquisar tratados de época, começaram a descobrir muitas coisas, descobrir que, sim, havia uma outra sonoridade a ser descoberta. É fascinante poder conhecer”, finaliza Sandra.
Texto: Agatha Espírito Santo