O mercado de trabalho foi um dos temas do penúltimo dia, 20, a Semana de Desenvolvimento Profissional no Campus de Paranaíba. Odirlei Fernando Dal Moro apresentou a palestra intitulada “O Mercado de Trabalho segundo a Ciência Econômica: análise histórica e perspectiva”
Odirlei é professor do curso de Administração do Campus de Paranaíba, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), possui doutorado e mestrado em Teoria Econômica também pela UEM. Atua nas áreas de Economia Brasileira, Economia Política e teoria dos Jogos. É um dos autores do livro “A Dinâmica da Dívida Externa Brasileira: de devedor externo a credor internacional (1964-2014). Além de coordenar projetos de pesquisa, ensino e extensão na área.
Sobre as mudanças que o mercado de trabalho tem sofrido nas últimas décadas, Odirlei explica como o desenvolvimento tecnológico tem afetado essa área. “Primeiramente, o avanço tecnológico é fundamental para o desenvolvimento da sociedade na medida em que aumenta a produtividade e facilita a comunicação e a transmissão de dados. Todavia, o desenvolvimento da mão de obra não necessariamente ocorre na mesma velocidade, causando efeitos nocivos no mercado de trabalho em um curto prazo, como o desemprego”, explica ele.
Além disso, o atual momento de pandemia também tem afetado a economia e a vida dos trabalhadores. Para Odirlei não há como pensar em retomar o crescimento econômico enquanto não se resolver os problemas da pandemia da Covid-19. “Neste momento, o poder público deve estar concentrado em controlar o vírus, para posteriormente preocupar-se com o crescimento da economia. Estamos muito lentos na tomada de decisão, em comparação com outros países que saíram mais rapidamente desta crise. Além disso, nossa economia tem claros sinais de insuficiência de demanda efetiva, decorrente da queda do poder de compra das pessoa”, esclarece o docente.
Odirlei explica que a economia já enfrentava problemas antes da pandemia, o novo cenário piorou o que já não era bom. Para ele ainda que a pandemia seja superada e a economia volte a crescer a perspectiva é de que a economia demore pelo menos 8 anos para atingir o pleno emprego.
“A tendência é uma precarização cada vez maior das relações de trabalho, salários menores e com efeitos diretos no crescimento econômico. É uma questão óbvia, o capitalismo se fortalece no consumo de massa e se as pessoas não têm renda, naturalmente a economia não cresce”, afirma o palestrante.
Conhecer sobre o assunto faz com que os alunos compreendam melhor como funciona o mercado de trabalho, e que o desemprego não é provocado por questões pessoais ou falta de qualificação profissional. “Quando uma economia vai mal, o desemprego atinge a todos. Prova disso é o grande número de pessoas qualificadas trabalhando em empregos não adequados as suas qualificações como entrega de comida ou motoristas de aplicativos”, completa Odirlei.
Além desses apontamentos, o professor apresentou uma análise histórica procurando mostrar como os economistas observam o mercado de trabalho desde aqueles que consideram que a economia vive sempre em uma situação de equilíbrio com pleno emprego até aqueles economistas que defendem que o pleno emprego é tão raro quanto passageiro.
Leitura como ferramenta para desenvolvimento de competências profissionais
A segunda palestra da noite foi proferida por Patrícia Vieira Nunes Gomes, uma das convidadas pelo Cpar desta semana. A palestrante apresentou o tema “Importância da leitura para o desenvolvimento de competências profissionais” com o intuito de contribuir com a formação daqueles que já se preparam para o mercado de trabalho.
Patrícia é doutora em Linguística pela Universidade de Brasília, possui mestrado em Linguística e graduação em Letras e em Tradução. Atualmente, é pesquisadora-tecnologista em Informações e Avaliações Educacionais (DAEB/INEP), consultora de Língua Portuguesa e atua na área de Linguística, Lexicografia e ensino da Língua Portuguesa.
Patrícia explica que leitura e produção de textos especializados são competências que se esperam que um profissional tenha desenvolvido ao final de seu processo de formação. “Ser um profissional competente implica ter domínio e fluência na leitura de textos dos gêneros textuais pertencentes à esfera acadêmica, pois esse conjunto de textos constituirá o arcabouço técnico da formação dos futuros profissionais”, diz ela.
O hábito de leitura no âmbito da graduação é uma necessidade inquestionável, afirma a palestrante. E a constituição do leitor começa no letramento inicial de cada indivíduo, “todas as suas práticas sociais de interação por meio da leitura vão consolidar seus procedimentos de processamento do texto, seja este oral, verbal ou imagético”, complementa ela.
Para Patrícia, ser um leitor proficiente é ter consciência do seu modo de ler, que foi constituído desde criança, e tirar proveito disto por meio da escolhas de estratégias como: resumo, fichamento, esquemas, etc. “o hábito de leitura no âmbito da graduação, por exemplo, é um necessidade inquestionável, pois o que está em jogo, para além da formação do leitor em si, é a formação do profissional e da carreira do pesquisador”, finaliza Patrícia.
O dia foi encerrado com a palestra “Tecnologias digitais e Produção de Vídeos em Educação Matemática: algumas contribuições para a prática de sala de aula e formação de professores”. Ao todo, mais de 150 pessoas acompanharam as atividades, quem perdeu pode ter acesso à gravação das palestras aqui.
Programação
As atividades da Semana ficaram abertas para toda a comunidade acadêmica e externa. A programação se encerra hoje, 21, com palestras, oficinas, minicursos e workshops. Para mais informações sobre o cronograma do evento ou inscrições, acesse o site: http://sedep.ufms.br/.
Aos inscritos que já participaram de atividades e preencheram as listas de frequência, a organização informa que a emissão de certificados será feita pelo SICERT no link: https://certificados.ufms.br/. O participante será avisado sobre a disponibilidade do certificado pelo e-mail cadastrado no ato de inscrição.
Texto: Brunna Oliveira – Estagiária da Agecom no Cpar