Na manhã de sexta-feira (26), foi realizada a conferência sobre reforma da previdência, ministrada por Maria Lúcia Fattorelli Carneiro, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida. O assunto principal tratado pela palestrante foi em relação ao início da crise que levou à elaboração da proposta de reforma da previdência.
Maria Lúcia afirmou, relacionando e comparando dados oficiais, que a crise de 2015 foi produzida pela política monetária do Banco Central, e que “o déficit não está e nem nunca esteve na previdência social, e sim no Banco Central”. Para ela, um dos responsáveis pelo endividamento nacional é a irregularidade nos cálculos de juros e amortecimento de dívidas, onde os valores dos juros são “maquiados” como amortização, já que o segundo não é dívida corrente.
A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida garante que o objetivo era produzir a crise para permitir a privatização das empresas nacionais, o que chamou de “entregar o patrimônio nacional”. Na ocasião, também comentou sobre capitalização e desmonte, e disse que o Brasil está sofrendo uma segregação contábil, pois deixou de ser um sistema integrado. Ela explicou como a reforma atingirá principalmente os pobres, e que até mesmo quem já é aposentado sofrerá com o aumento da contribuição. Destacou que a reforma da previdência “não é uma questão econômica, e sim política”. Por fim, comentou sobre como o combo dos cortes nas universidades está atrelado ao sistema de dívidas.
Texto: Raquel Eschiletti (Monitora SBPC)