Criado no início da pandemia de Covid-19, Comitê Operativo de Emergência encerra atividades

No dia 5 de dezembro, o Comitê Operativo de Emergência (COE) da UFMS realizou a última reunião. Como o perfil epidemiológico da Covid-19 tem evidenciado um nível muito mais baixo de contágio, com um quantitativo de novos casos da doença bem abaixo de outros momentos da pandemia, bem como um número muito menor de internações e de casos graves da doença, com perfil semelhante de outras viroses correntes, os integrantes do Comitê decidiram pelo encerramento das atividades.

“Entendemos, em nossa última reunião ordinária,  que não haveria mais a necessidade de uma continuidade da existência do COE na UFMS, pelo menos neste momento. Caso o perfil da doença apresente uma mudança drástica, rapidamente poderemos reconstituir o Comitê para o enfrentamento da Covid-19”, explica  o pró-reitor de Assuntos Estudantis e presidente do Comitê, Albert Schiaveto de Souza.

Com a extinção do COE, o presidente explica que o Plano de Biossegurança da UFMS também será revogado. “O Plano, no entanto, pode ser reeditado e revisado com necessidade de orientações específicas à nossa comunidade acadêmica, caso o perfil epidemiológico da doença justifique isso. No momento continuaremos em alerta e seguindo as orientações do Ministério da Saúde, bem como das secretarias de saúde do Estado de Mato Grosso do Sul e das cidades onde a UFMS possui câmpus”.

Vice-reitora Camila Ítavo, primeira presidente do COE, e professor Albert em uma das reuniões

Criado em março de 2020, o Comitê Operativo de Emergência, que teve como primeira presidente a vice-reitora Camila Ítavo,  aprovou a criação do Grupo de Trabalho de Pessoal e Ensino, e acompanhou estudantes e servidores durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19.

“Uma das decisões mais importantes, e a primeira delas, foi de em momento algum parar as nossas atividades acadêmicas, o que prejudicaria a vida de milhares de nossos estudantes. Estabelecemos de pronto o Ensino Remoto de Emergência e iniciamos uma transformação profunda em nossas metodologias de ensino, saindo de um ensino presencial, para um ensino totalmente remoto, por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação. Usamos para isso a expertise de nossos servidores e nossa experiência com o ensino a distância. Treinamos de forma rápida e eficiente nossos docentes e técnicos para essa nova realidade e ferramentas de ensino”, contou.

Testes para diagnóstico da Covid-19 oferecidos para comunidade universitária

A partir daí,  o Comitê aprovou a Matriz e o Plano de Contingência da UFMS, além de portarias com intuito de manter a Universidade ativa com a manutenção do calendário acadêmico. Para que isso ocorresse, foram propostas ações de manutenção dos estágios nos cursos da área da saúde; realizadas reuniões colaborativas com entidades de representação da comunidade universitária; desenvolvidos projetos de enfrentamento ao Covid-19; criadas normas e procedimentos para abreviação de cursos da saúde; implementadas ações referentes ao programa O Brasil conta comigo; atualizadas portarias com as medidas restritivas durante o período de pandemia; publicado o Guia de Atividades Acadêmicas; criado o Plano de Biossegurança da UFMS e das Unidades da Administração Setorial; desenvolvido o programa Se cuide, te amo: uma ação do coração da UFMS, que após a pandemia se tornou um programa permanente; dentre outras ações que propiciaram as melhores condições de ensino para estudantes durante o período mais difícil da pandemia.

Em situações de crise, uma comunicação eficiente se torna fundamental, por isso, foi criado um canal onde constam todas orientações à comunidade universitária sobre medidas de prevenção contra a disseminação pelo coronavírus – ufms.br/coronavirus. “A cada ano produzimos um Relatório de Acompanhamento de Ações durante o Ensino Remoto de Emergência, que apresenta todo o histórico de ações implementadas pela UFMS desde março de 2020”.

Produção de álcool atendeu comunidade acadêmica e outras instituições

Especialmente entre 2020 e 2021, o pró-reitor ressalta que algumas iniciativas da Universidade, inclusive, beneficiaram não apenas servidores e estudantes, mas também a comunidade em geral e outras instituições e órgãos públicos como: a produção de álcool gel, a  participação no programa do Governo Federal Alunos conectados, o empréstimo de equipamentos de informática aos estudantes, a disponibilização de Internet de alta velocidade a estudantes indígenas aldeados, por meio do projeto Aldeias conectadas, a testagem de Covid-19 a estudantes e servidores por meio do projeto LabCamp, e a implementação de pesquisas em Covid-19, criando melhores condições de laboratórios e expertise na área.

A UFMS, em parceria com o Governo do Estado e Prefeituras Municipais, articulou a vacinação de todos profissionais da área de educação, assim como os colaboradores da Universidade. Os estudantes da área de saúde também foram priorizados no Plano Estadual de Vacinação. Neste sentido, foi criado o Vacinômetro, visando monitorar a cobertura vacinal dos professores, técnicos, estudantes e colaboradores terceirizados para fortalecer as demandas e parcerias estratégicas com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul, e as secretarias municipais de Saúde em que a UFMS tem Unidade.

Vacinas contra a Covid-19 aplicadas na Clínica Escola Integrada

“O COE se tornou um diferencial na definição de estratégias e ações junto à comunidade acadêmica da UFMS, para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, que hoje perpassam esta situação difícil pela qual passamos. O Comitê deixa um grande legado para a nossa Universidade, uma vez que evidencia como é importante trabalharmos coletivamente para enfrentarmos as situações adversas que nos são muitas vezes colocadas de forma inesperada. Além disso, mostra que podemos tomar decisões corajosas, mas fundamentadas na ciência e boa governança, para lidarmos com nossos problemas, certos de que colheremos os melhores resultados sempre”, finaliza o pró-reitor.

 

Texto e fotos: Vanessa Amin