Conselho de Reitores, em MS, apoia luta por orçamento do CNPq

Depois da repercussão provocada pela possibilidade de redução no orçamento da Capes nas últimas semanas, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) agora é quem alerta para o iminente risco de corte de mais de um terço no orçamento da pasta, para 2019. Em coletiva de imprensa realizada no Aeroporto Internacional de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (9), o presidente do CNPq, Mário Neto Borges, disse que, se concretizado o novo orçamento, será necessário praticamente zerar investimentos em pesquisa, a fim de preservar apenas o que é destinado às bolsas.

O presidente do Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior de Mato Grosso do Sul (CRIE-MS), Fábio Edir dos Santos Costa, afirma que apesar de haver no Brasil um contexto de estímulo à produção científica ainda inferior ao de outros países, a ciência nacional tem testemunhado um considerável avanço nos últimos anos. Professor Fábio Edir cita como exemplos regionais, o avanço nas pesquisas sobre dengue, que tem projetado MS como destaque internacional, ou o setor agropecuário estadual,que ano após ano tem aumentado e melhorado a produção sem aumentar na mesma proporção a área plantada ou o uso de defensivos agrícolas. “Isso é fruto de um trabalho científico muito intenso e eficiente que tem sido desenvolvido, e que fica sob risco caso não haja os investimentos necessários”, explica Fábio Edir que também é reitor da Universidade Estadual de MS (UEMS).

Pela proposta inicial apresentada pelo Governo Federal, o orçamento do CNPq – que é hoje a principal agência de fomento à pesquisa científica no País – cairia de R$ 1,2 bilhão para R$ 800 milhões. Atualmente, só o investimento do Órgão em bolsas supera o orçamento proposto, girando em torno de R$ 900 milhões. O presidente do CNPq reafirma que continuará dando prioridade ao pagamento dessas bolsas, já que, segundo ele, além de dar suporte à pesquisa, elas são uma fonte de sustento de milhares de estudantes.

Em nota oficial, o CRIE-MS manifestou-se dizendo que a experiência de outros países já provou a estreita relação que há entre o desenvolvimento científico e o desenvolvimento socioeconômico. “O novo valor proposto é incompatível com o anseio que o país tem em busca de desenvolvimento, afinal, estamos absolutamente convictos de que ciência não é gasto, ciência é investimento”, diz a nota.

Fonte: Imprensa UEMS

Foto: Leandro Benites (UFMS)