Até fevereiro deste ano o Centro Integrado de Vigilância Toxicológica da Secretaria de Estado de Saúde de MS havia registrado 367 casos de acidentes com animais peçonhentos, sendo 186 envolvendo escorpiões, 56 casos com abelhas, 44 com cobras e 25 com aranhas. Os números costumam diminuir na época mais seca e fria do ano, mas voltam a aumentar nos meses mais quentes e chuvosos.
De acordo com o professor da UFMS Malson Neilson de Lucena a divulgação contínua de informações sobre o assunto é necessária. “É importante que não só os trabalhadores da área da saúde, mas as pessoas em geral conheçam os animais peçonhentos para que saibam o que fazer caso ocorra algum acidente”, alertou.
O pesquisador trabalhou o tema em sua iniciação científica na graduação e retomou quando ingressou no quadro de docentes na UFMS. “O número de acidentes ainda é muito alto, principalmente com escorpiões, aranhas e abelhas. Saber identificar o animal e o tipo de veneno pode ser crucial para os primeiros socorros após o acidente”, afirmou.
No minicurso “Animais peçonhentos, diversidade e aplicações biotecnológicas das peçonhas”, ministrado pelo professor durante a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), os participantes puderam obter conhecimentos sobre as principais ameaças à população e ver de perto alguns dos animais.
A atividade prática foi realizada no Laboratório de Bioquímica com peças do acervo didático da Coleção Zoológica da Universidade.
“O curso nos deu uma boa noção dos principais animais peçonhentos, os tipos de veneno que podem apresentar e principalmente os locais onde costumam viver, o que é importante para a prevenção”, contou Andressa de Souza Araujo, aluna de Zootecnia da UFMS. “Também gostei bastante das informações que recebemos, acredito que acrescentam muito à minha formação como médico veterinário e também aos interessados de outros cursos e da sociedade em geral porque diz respeito à saúde”, lembrou Haniel Canepa Luitz, acadêmico da Universidade.
Para quem sofrer algum acidente o professor alerta: “Busque imediatamente um centro de atendimento médico, um pronto socorro ou unidade de saúde, os enfermeiros e médicos estarão preparados para atender a ocorrência. Acione também o Centro de Controle de Zoonoses, pois, além de poderem passar informações importantes, irão registrar o ocorrido e esses dados serão usados para o planejamento de prevenção”, afirmou.
Texto e fotos: Ariane Comineti – com informações do Portal do Governo de MS.