As atividades da SBPC Afro e Indígena começaram hoje e para debater os avanços e desafios das políticas de Ações Afirmativas nas Instituições de Ensino Superior (IES) do país, foi realizada a conferência “15 anos de ações afirmativas e os desafios para as ciências”.
O conferencista convidado foi o Frei David Raimundo dos Santos, presidente da Educafro, instituição que luta pela inclusão de negros e pobres nas universidades públicas ou particulares com bolsa de estudos, com a finalidade de possibilitar empoderamento e mobilidade social para população pobre e afro-brasileira. “Nós estimamos que a exclusão do negro é gritante e, nessa Reunião Anual, temos expectativa e esperança que a SBPC consiga fazer uma reflexão e reunir um grupo de trabalho para mudar esse rumo e gerar mais inclusão, gerar um Brasil mais diverso também dentro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência”.
Segundo Frei David, as políticas de Ações Afirmativas são muito boas na teoria, mas falta comprometimento e fiscalização para garantir o cumprimento na prática. “A proposta das Ações Afirmativas é boa e foi bem desenhada, mas as várias estruturas de governo, federais e estaduais, e a falta de amor por um Brasil realmente diverso permitiu que as políticas ficassem um pouco abandonadas. A falta de monitoria, fiscalização e punição das fraudes foi e é o grande problema hoje das cotas no Brasil inteiro. As Ações Afirmativas são essenciais e é bom reforçar que a experiência de ação afirmativa no Brasil é a única do mundo, nenhum país tem um método igual”, finaliza.
Texto: Leticia Bueno
