Conferência aborda aplicações da energia e tecnologia nuclear

Na conferência ocorrida nesta quarta-feira (24) durante a 71ª Reunião da SBPC, o professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), Aldo Malavasi, falou sobre “Aplicações Pacíficas da Energia e Tecnologias Nucleares”. Malavasi é biólogo e possui pós-graduações na aérea de genética, já ocupou o cargo de Diretor-Geral Adjunto do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), sediada em Viena, na Áustria. Durante seu tempo como diretor passou por 83 países a serviço da agência.

Malavasi afirma que um dos objetivos almejados hoje é a diminuição da emissão de gases do efeito estufa, por isso se faz necessária a utilização de energias que não comprometam o meio ambiente. Entre as opções de geração de energia está a nuclear, que é a segunda menor emissora de gases poluentes do efeito estufa, perde apenas para energia obtida de usinas hidroelétricas.

Segundo dados obtidos no dia 2 de maio de 2019, existem 449 usinas nucleares em operação no mundo e mais 60 em construção, sendo essas usinas responsáveis por 11% da energia consumida mundialmente. É importante comentar também que a energia produzida por fontes nucleares se apresenta de baixo custo quando comparada às demais.

A conferência também tratou de outras aplicações das tecnologias nucleares, como a realização de exames médicos, terapias oncológicas, esterilização de matérias e alimentos, no controle de pestes agrícolas e urbanas, datações de materiais, melhoramentos genéticos, entre outras amplamente utilizadas pela sociedade.

Questionado por um ouvinte sobre a segurança no armazenamento de resíduos nucleares, Malavasi comenta que esse processo deve ser feito com muito cuidado com as normas de segurança, no entanto, apresenta um baixo risco de acidentes.  Afirma também que existem alguns países já especializados neste armazenamento, como por exemplo o Cazaquistão.

Aldo Malavasi conclui falando que o Brasil deveria investir na construção de usinas nucleares de média potência no interior do pais, e que esse nicho comercial representa um ótimo mercado de trabalho para o futuro.

Henrique R. Covali-Pontes (Monitor SBPC)