Colóquio visa quebrar preconceitos em relação aos direitos humanos

Foi realizada esta semana a quarta edição do Colóquio Estadual de Direitos Humanos, na Cidade Universitária. Sob o tema “A interface dos Direitos Humanos com a formação acadêmica”, o evento é realizado pela Secretária de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast) e esta é a primeira vez que a UFMS sedia as atividades.

O objetivo do colóquio é debater diversas áreas e visões que englobam os direitos humanos, envolvendo também as áreas da Educação, Comunicação, Antropologia Social e Psicologia. “Através dos colóquios nós buscamos uma mudança de paradigmas. Aqui [Universidade] é o lugar onde nós encontramos os formadores de opinião e é aqui que nós entendemos que deve começar a discussão para podermos mudar os conceitos que estão na sociedade, como por exemplo de que ‘direitos humanos só vão até onde os bandidos estão’. Isso são estigmas e paradigmas que estão muito infiltrados na nossa sociedade e é importante que nós discutamos as várias interfaces do tema para que a gente possa mostrar que não é só isso, existe um leque de alcance dos direitos humanos”, afirma a secretária da Sedhast, Elisa Nobre.

Segundo Eduardo Ramirez, chefe da Divisão de Planejamento da Extensão e coordenador local do evento, as áreas acadêmicas que permearam os debates foram sugeridas por nelas serem desenvolvidas pesquisas e trabalhos que envolvem o tema central do evento. “Quando a Sedhast me chamou e pediu para sediarmos o evento, eu disse que só tinha uma condição, que a gente discutisse do âmbito acadêmico, e a gente puxou pelos cinco mestrados que temos aqui na instituição com produção relacionada aos direitos humanos”, explica.

Representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), instituição que sempre se posiciona a favor do tema, esteve presente o advogado Christopher Scapinelli, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem. “A OAB tem participado desde 2016 de todos os colóquios e conferências realizadas pela Sedhast e realmente eles prezam por fazer essa organização entre pessoas que desenvolvem trabalhos nessa área. Os direitos humanos sofrem um preconceito muito grande e se você não esclarece o que são os direitos humanos e não cria uma rede entre os atores e profissionais dessa área, você acaba perpetuando um preconceito que já vem há décadas”.

A vice-reitora Camila Ítavo declarou que uma das missões da Universidade é o auxílio no desenvolvimento de ações que favoreçam a sociedade. “O grande objetivo da UFMS é a formação de recursos humanos e o auxílio na construção de políticas públicas. Um evento como esse vem de encontro com o objetivo institucional da Universidade de poder auxiliar na construção de políticas públicas efetivas. Nada melhor do que a Universidade estudar e trabalhar nesses temas, dialogar e ter essa ligação continua com os executores, como no caso aqui a secretaria de estado”.

Texto: Leticia Bueno