Com o objetivo de acolher e incentivar a participação das mulheres na área da computação, o projeto Elas Programando ampliou a atuação para atender também as estudantes de cursos a distância na UFMS. O projeto de ensino teve cerca de 150 estudantes inscritas e iniciou as atividades no último sábado, 1º.
A coordenadora da iniciativa e professora da Faculdade de Computação (Facom), Luciana Montera, explica que a proposta é acolher as calouras a partir do ensino da programação. O projeto existe desde 2018 para incentivar as estudantes da Facom. A novidade neste ano é que agora as graduandas dos cursos de tecnologia da Agência de Educação Digital e a Distância também podem participar e, por isso, as inscrições quase triplicaram.
“Nós abrimos para dois cursos em Educação a Distância (EaD). Agora temos 110 participantes no formato remoto e cerca de 50 presenciais. Por isso, vamos fazer os encontros também via transmissão, porque o pessoal dos cursos a distância é de fora do estado, tem muita gente que vai participar, é uma inovação”, destacou.
Professora da Facom e coordenadora do curso de Tecnologia da Informação na modalidade EaD, Graziela Santos de Araújo, ressalta a importância de promover a integração das estudantes também como uma forma de evitar a evasão. “Com o curso EaD, a aluna tem que se dedicar praticamente sozinha, não existe esse contato que temos no presencial. Como sabemos, há também o estigma [da computação] ser um ambiente masculino. Então, por que não trazê-las para fazer parte deste projeto, dessa caminhada, que é muito construtiva e benéfica a todas?”, provoca a professora.
Para a coordenadora, o projeto acolhe as calouras e ainda contribui para fortalecer laços durante a graduação. “Temos esses encontros e trabalhamos a programação para dispositivos móveis como uma plataforma educacional. Usando a temática da programação, trabalhamos também outras questões, como o pertencimento, o acolhimento, o que gera um ambiente de amizade, propício para que elas comecem a rotina acadêmica”.
Lorena Cavalheiro é estudante de Engenharia de Computação e conta que soube sobre o projeto antes mesmo de ingressar na Universidade. Para ela, a iniciativa serviu como um incentivo, por demonstrar a presença feminina na Facom. “Eu pesquisei sobre o Elas Programando antes de entrar e gostei muito de ver que tinha algo voltado para as meninas, foi algo que me animou. Gera um acolhimento, com a parceria das professoras e das colegas, você se sente mais à vontade, é importante”.
Caloura do curso de Tecnologia em Ciência de Dados, Carina Oshiro resolveu participar do projeto para fortalecer a presença das mulheres na computação. “Ainda existe muito preconceito na área. Eu já trabalho e só atuo com homens”, comenta.
Joicy Hellen Costa é estudante do curso de Tecnologia da Informação no formato a distância e destacou o papel encorajador da iniciativa. “Dá um norte para a gente, um ânimo. Eu vejo como uma rede de apoio”, diz.
Fernanda Barrigossi é graduanda de Ciência da Computação e enfatiza o papel do projeto para as estudantes do EaD. “Quando eu entrei, foi na pandemia, então foi difícil para mim por estar no ensino remoto e não ter meninas próximas. O projeto é uma forma de apoiar as meninas que estão aqui”, ressalta.
A estudante de Engenharia de Software, Ligia Maria Nogueira, atua como monitora no projeto. Ela destaca a interação de estudantes de diferentes cursos. “É muito bom ter essa interação entre as meninas e, ao mesmo tempo, aprender sobre programação. Essa troca entre caloura e veterana é importante, elas [veteranas] eram muito legais e agora eu quero ser isso para as minhas calouras também”.
Texto: Mylena Rocha
Fotos: Elas Programando