A Cidade Universitária da UFMS em Campo Grande foi selecionada para receber um dos cinco totens do Circuito das Araras. A ação faz parte do projeto Campo Grande das Araras que será lançado neste sábado, 3, a partir das 9h no canal da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur).
O objetivo do projeto é valorizar a presença das aves na cidade por meio de ações multimídia como a produção de filmes, criação do Bosque das Araras e do Circuito das Araras. É também informar e conscientizar a população da importância de ter, preservar e incentivar cada vez mais a biodiversidade no ambiente urbano.
“As araras fazem parte do cotidiano do campo-grandense. Em todo lugar que estamos ouvimos o barullho delas e as vemos cruzar o céu. Faz tempo que eu, a Rosiney Bigattão e o Carlos Diehl alimentamos o desejo de fazer um filme sobre as araras, então desenvolvemos o projeto, submetemos ao Fundo Municipal de Cultura/2019 (FMIC/ Sectur/ Prefeitura de Campo Grande) e já tem um ano que acompanhamos, pesquisamos e filmamos as araras em Campo Grande. É um projeto que foi amadurecendo e agora iremos lançá-lo neste sábado”, explicou uma das diretoras, a jornalista Lú Bigattão.
O filme principal tem 30 minutos de duração. “Utilizamos bastante imagem de drone para mostrar o olhar das araras sobre a cidade. Nele contamos um pouco sobre a história delas, a chegada em Campo Grande e mostramos aspectos do dia a dia, a alimentação, o cuidado com os filhotes, entre outros. Temos também seis outros filmes menores que são desdobramentos de assuntos abordados no vídeo principal, são mais educativos e podem ser exibidos em escolas e em atividades turísticas”, relevou a jornalista.
O Campo Grande das Araras é desenvolvido em parceria com o Instituto Arara Azul, TV Morena e Imasul. Todos os filmes e ações estarão no site www.campograndedasararas.com.br.
Circuito das Araras
Cinco pontos de Campo Grande foram selecionados pela equipe para a instalação de totens que irão funcionar como centro de informações sobre o projeto e sobre as aves, chamando a atenção para a presença delas no local e por toda a cidade.
Segundo informações do projeto, a estrutura é uma criação do arquiteto e fotógrafo Marcelo Oliveira, que faz uma homenagem às araras em uma figura em forma de coração, expressando o amor da população pelas aves. O totem tem aproximadamente 1,70m de altura e 1,50m de diâmetro e traz uma breve ficha técnica e a descrição do projeto. Há também um QR Code que permite o acesso a todo o conteúdo.
Na UFMS a instalação foi feita no Bosque Central da Cidade Universitária, próximo à passarela entre o estádio Morenão e o estacionamento central. “A instalação parece simples, mas há de se ter o cuidado ao se colocar um totem no solo, observar se estão passando ali canos de água, rede de dados ou cabos elétricos. Por isso, a sugestão foi recebida pela Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom), encaminhada à Diretoria de Desenvolvimento Sustentável (Dides) e ao Comitê de Gestão de Espaços Físicos e Acessibilidade (CGEFA). A equipe da Diretoria de Gestão de Planejamento e Infraestrutura (Dinfra) da Pró-reitoria de Administração e Infraestrutura (Proadi) estudou os três pontos sugeridos e enviou o estudo técnico ao Comitê de Gestão Institucional (CGI), que homologou a escolha do local”, explicou o pró-reitor da Proadi, Augusto Malheiros.
“Ficamos felizes com a seleção para participar do projeto, pois é o reconhecimento de que a UFMS se preocupa e contribui para o desenvolvimento sustentável. Acreditamos que a área verde preservada da Universidade contribui para que as araras e outros animais convivam neste ambiente. A divulgação do circuito no mapa turístico vai incentivar a visitação da população à Cidade Universitária para a observação das araras e nós queremos que as pessoas visitem a UFMS e vejam como a nossa Universidade está linda, bem cuidada e cada vez mais desenvolvida. A participação em projetos como esse ratifica o compromisso da UFMS com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável, tanto na Cidade Universitária, quanto em todos os câmpus”, afirmou o diretor da Dides, Leonardo Chaves.
“A UFMS é um dos pontos em Campo Grande onde as araras costumam se reunir para se alimentar e dormir. Para dormir, elas costumam escolher as árvores mais altas que se destacam na vegetação. E para a alimentação, a arborização da Universidade e sua reserva contemplam muitas espécies nativas do Cerrado e também algumas exóticas que suprem a necessidade das araras por frutos ao longo do ano”, ressaltou a coordenadora do projeto Arara Azul, Neiva Guedes.
Os outros pontos de instalação dos totens em Campo Grande serão na Lagoa Itatiaia, no Parque das Nações Indígenas, no canteiro da avenida Afonso Pena e na Locomotiva da Orla Ferroviária. Os pontos serão divulgados no mapa turístico de Campo Grande.
Bosque das Araras
Segundo informações do projeto, o bosque foi criado para incentivar a população a plantar e cuidar das plantas que possam ajudar na sobrevivência das aves. Para isso, foram plantadas 50 mudas de árvores e palmeiras utilizadas na alimentação não só das araras, mas também de outras aves e animais no Parque das Nações Indígenas.
“São palmeiras como bocaiuva e pindó e árvores como pitomba, manduvi, cumbaru, entre outras. O plantio foi coordenado pelo viverista Nereu Rios. A implantação do bosque tem parceria do Imasul e com a administração do Parque das Nações Indígenas, que vai cuidar das regas, adubação e condução das mudas. A ideia é que o Bosque das Araras funcione como um atrativo a mais para fortalecer a presença das aves na cidade e garanta alimento e morada para as futuras gerações delas”.
Texto: Ariane Comineti
Fotos: Williams Souza
Arte: Divulgação do projeto Campo Grande das Araras