Assinatura do Programa Startup Global MS marca início da experiência imersiva em Portugal

Na tarde desta segunda-feira, 27, foi realizada a cerimônia de assinatura do programa Startup Global MS, desenvolvido pela UFMS em parceria com a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) e o Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). As quatro startups e empresas de base tecnológica selecionadas já deram início à experiência internacional imersiva no Parque de Ciência e Inovação, em Aveiro, Portugal.

Para o reitor Marcelo Turine, a inserção de negócios sul-mato-grossenses no ecossistema de inovação português é estratégica para o Brasil. “O Programa Startup Global MS, junto com a UFMS, Fiems e o Governo do Estado, por meio da Fundect, incentiva as startups do Mato Grosso do Sul a fazerem internacionalização. Agora quatro empresas, que estão no Parque Tecnológico de Aveiro, podem prospectar o mercado europeu e articular com o setor de Portugal”, enfatiza.

A vice-reitora Camila Ítavo ressalta que o Programa, além de dar oportunidade para ideias e projetos inovadores, também melhora o alcance e os resultados das empresas participantes no Estado. “Todo desenvolvimento acaba fundamentalmente sendo social, gerando mais empregos, melhores condições para as pessoas e desenvolvimento para as famílias. Nós ficamos muito felizes e esperamos que esse edital, essa oportunidade, frutifique e que tenhamos mais e mais estudantes e egressos da Universidade participando e vendo, mais ainda, a Universidade fazendo a diferença na vida de cada um deles”, destaca.

Segundo o diretor da Agência de Internacionalização e de Inovação, Saulo Gomes Moreira, a iniciativa é um somatório de competências entre cada um dos parceiros que permite o sucesso das empresas estaduais em Portugal e contribui para o desenvolvimento econômico do Estado. “Nós, enquanto Universidade e instituição científica e tecnológica, temos expertises intrínsecas que estão geralmente ligadas ao desenvolvimento científico e à inovação. A Startup Sesi Fiems está ligada diretamente ao setor produtivo e conhece bem as demandas de mercado e também a Fundect, que é a nossa grande fomentadora nos processos de pesquisa e inovação no Mato Grosso do Sul. Sem essa conjunção de esforços, possivelmente não conseguiríamos viabilizar o Programa”, afirma.

As propostas selecionadas se alinham com áreas prioritárias para a pesquisa, desenvolvimento e inovação, como agronegócio, bioeconomia, energias renováveis e biodiversidade. “Gostaria de parabenizar as empresas, todas fazendo tecnologia social de algum jeito, por meio da construção civil sustentável, da tecnologia educacional, mas todas elas, de algum jeito, mostrando de uma forma muito rápida os benefícios para a comunidade”, celebra o diretor científico da Fundect, Nalvo Franco de Almeida Junior.

O gerente da Startup Sesi, Odilon Moura ressalta o pioneirismo do programa Startup Global MS, sendo o primeiro a atender startups no Estado e o primeiro no Brasil a cobrir despesas como aluguel, alimentação e transporte dos participantes em outro país. “Essa oportunidade de internacionalizar startups, de levar um pouco da nossa tecnologia, também vai dar a oportunidade delas testarem essas ideias em outros mercados. Nós temos um ecossistema que vai realmente pensar em soluções para o mundo e não só em soluções para o Mato Grosso do Sul, o que aumenta em muito as chances de sucesso dessas startups”, conclui.

A experiência imersiva é a terceira etapa do Programa, que já teve mentorias para construção de projetos e capacitações para internacionalização com oito startups participantes realizadas ao longo do segundo semestre deste ano. As empresas Agrointeli Tecnologia Ltda, Digna Engenharia Social, MGD Consultoria e ENG Soluções Tecnológicas designaram um representante que será beneficiado com uma bolsa durante os próximos 12 meses, abrangendo o período de novembro de 2023 a novembro de 2024.

É o caso do João Carlos Siqueira, um dos sócios da ENG Soluções Tecnológicas. Em Portugal, o diretor de tecnologia da empresa analisa que essa é uma oportunidade única de levar tecnologia brasileira para a Europa e desenvolver soluções entre os continentes.

“A ENG já é uma empresa que vem crescendo de uma forma muito interessante no Brasil e não vai ser diferente na Europa também. A ideia é fazer a empresa crescer, contratar pessoas, empregar pessoas, trazer bons projetos, levar também tecnologia daqui para o Brasil, trazer tecnologia do Brasil para a Europa, eu acho que tudo é válido quando a empresa entende de negócios. Ficamos bem contentes e animados para poder fazer negócios na Europa. E Portugal é um país que fala a mesma língua, isso facilita muito, é uma porta de entrada para a Europa”, comenta.

A startup possui entre seus sócios egressos da graduação e pós-graduação em Engenharia Elétrica da UFMS, e surgiu a partir de uma iniciativa do professor Marco Antônio Cortez, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, para identificar as demandas advindas da pandemia de covid-19 e possíveis soluções. O sócio Lucas Aguirre Miranda da Costa Lima, que esteve presente no momento da assinatura do Programa, explica que a empresa foi graduada Pantanal Incubadora Mista de Empresas e atualmente atua na América Latina, com clientes no Paraguai e na Bolívia, no setor da pecuária, energia e saneamento. “Esperamos começar a entender como é o mecanismo para a entrada na Europa e expandir para Espanha, França e Alemanha, entender como a gente consegue tecnologias e utilizar desses fundos europeus, subversões, para também estar desenvolvendo novas tecnologias e sanando outros problemas a nível europeu”, finaliza.

Texto: Thalia Zortéa e Elton Ricci

Fotos: Álvaro Herculano e Fundect