Aplicativo desenvolvido em parceria com a UFMS conecta produtores rurais e consumidores

Na tarde de hoje, 23, foi realizado o lançamento do aplicativo Mercado Solidário, que tem como objetivo conectar agricultores que queiram vender sua produção e potenciais compradores. O aplicativo foi desenvolvido em parceria entre a Universidade, a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação e o Parque Tecnológico de Campo Grande. A iniciativa também teve apoio da Financiadora de Estudos e Projetos. 

O reitor Marcelo Turine prestigiou o lançamento do aplicativo e reforçou o papel social assumido pela Universidade. “Nossa missão, além de formar recursos humanos, é colocar ciência para ajudar os desafios do mercado de trabalho, geração de emprego e renda. Esse aplicativo é uma solução inovadora para ter essa aproximação, é o cooperativismo na prática. É também o papel da Universidade, para ajudar no desenvolvimento sustentável, social e econômico do Mato Grosso do Sul”. 

“O aplicativo por si é uma revolução. O grande problema da economia solidária, do agricultor familiar, é a comercialização. São pessoas simples, gente trabalhadora que sabe produzir, mas, muitas vezes, têm dificuldade de vender esse produto. Com o aplicativo, você aproxima o consumidor final. Em Campo Grande, nós estamos falando de quase um milhão de consumidores, de restaurantes, redes de supermercados, grandes instituições, feiras livres, e um entorno com uma agricultura familiar muito forte”, pontua o secretário de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio de Campo Grande, Ademar Silva Júnior. 

O aplicativo está disponível para download e utilização, com versão disponível para sistema Android. No programa, é possível personalizar a compra e acesso aos produtores, com funcionalidades como raio de distância e indicação de interesse em comum. A iniciativa foi desenvolvida dentro do programa de extensão Observatório do Cooperativismo e da Economia Solidária da UFMS, que coleta, registra e armazena dados e informações sobre o cooperativismo e a economia solidária no Estado. 

O professor da Escola de Administração e Negócios e coordenador do projeto, Alessandro Arruda, enfatiza o pioneirismo da iniciativa. “Como pesquisador de cooperativismo e de economia solidária, conheço a realidade de vários países, não só aqui no Brasil. E não há um aplicativo com essa possibilidade, essa robustez, entregue à sociedade de forma gratuita”.

Além de estimular o cooperativismo e a economia solidária, o aplicativo ainda fomenta a pesquisa na Universidade. “A partir dos dados produzidos, dá para trabalhar na área de administração, negócios, finanças, cooperativismo, computação, agronomia e veterinária. Esses dados e informações vão contribuir para os pesquisadores e até para a administração pública”, complementa o professor. 

O produtor rural José Leonardo Ferreira relata que o aplicativo deve auxiliar em questões práticas do ofício. “Quando a gente está produzindo lá na roça e tem que trazer para cidade, fica aquela preocupação de onde ir, para quem vender. Com esse aplicativo, eu já saio da roça com a direção certa de onde eu vou entregar. Posso fazer várias entregas de uma vez, já trazer e entregar no lugar exato. Para mim,  foi uma ideia excelente, a gente estava precisando dessa inovação”.

A agricultora Luciana  dos Santos Freire estava animada com o lançamento. “Nós temos uma chácara, mexemos com o plantio e é comum sobrar coisas, fico vendendo para colegas, vizinhos, parentes. Esse aplicativo vai ser uma mão na roda para vender o que sobra, vai facilitar para nós produtores que somos pequenos. Dá para agilizar o tempo em horas que não dá para plantar, que o sol está quente. A gente vai poder estar colocando, postando no aplicativo”, comemora.

O chefe de cozinha e professor de gastronomia no Senac, Leonardo Zornitta Gorradini, conta que o app também traz benefícios para quem está na outra ponta da comercialização. “O aplicativo é muito importante para gente, não só como escola, mas como aluno, cozinheiro, como profissional de alimentos e bebidas por tá aproximando a gente de um produtor. Sempre vai ter um produto fresco, mais orgânico, mais bonito, mais limpo, com menos inseticida, com menos agrotóxico, então esse tipo de insumo para gente faz diferença no resultado final, que é um prato muito saboroso para quem tá assistindo, para quem vai degustar”. 

Texto: Alíria Aristides

Fotos: Álvaro Herculano