Já foi autorizada a transferência de cerca de R$ 90 mil – provenientes de multas em ações trabalhistas – para o Campus de Três Lagoas onde o valor será aplicado na aquisição de insumos e equipamentos para o Laboratório de Genética e Biologia, que passa por adaptações para a realização do diagnóstico e de estudos da Covid-19.
A ação foi aprovada na seleção feita pela Universidade de ideias e projetos para o combate ao coronavirus e está inserida na “Avaliação Sistêmica e Integrada da Covid-19 em Mato Grosso do Sul”.
A expectativa é de que em 30 dias as análises iniciais comecem a ser executadas. “As adaptações físicas são necessárias para seguirmos as normas de biossegurança de nível três para recebermos amostras possivelmente contaminadas pelo SARS-CoV-2 e evitarmos a contaminação das pessoas que irão atuar no projeto”, explica o coordenador da ação, professor Édis Belini Junior.
Segundo a procuradora do Trabalho Priscila Moreto de Paula, que propôs as doações ao Laboratório, projetos como esse “possuem incontestável relevância no combate à pandemia de Covid-19”.
O professor Édis destaca a função social do Laboratório. “O intuito é deixar um legado com pesquisas ao final da pandemia, que serão determinantes no acompanhamento de situações como esta da Covid-19. Nossa meta é tentar entender a variabilidade genética do vírus na nossa região e predizer indicadores de saúde para auxiliar os gestores de saúde de Três Lagoas. Para isso, há uma equipe composta por biomédicos, farmacêuticos, estatísticos e epidemiologistas que estará atuando na criação e validação de modelos matemáticos, com significativas repercussões para a saúde pública local”, afirma o coordenador.
Diagnóstico e estudos
Segundo o coordenador, a meta inicial é avaliar 60 amostras por dia e, dependendo da demanda, automatizar algumas etapas e aumentar esse número.
O diagnóstico será realizado por RT-qPCR, técnica molecular considerada ‘padrão-ouro’ para análise do vírus causador da Covid-19. As amostras serão coletadas, principalmente, por swab nasofaríngeo, pelos profissionais de saúde que estarão na linha de frente ao enfrentamento da doença.
Para o coordenador da ação, a descentralização de alguns serviços, principalmente da saúde, facilita a logística de análise, agilidade de diagnóstico e rápida ação. “Dessa forma, os pacientes acometidos com essa infecção podem ser assistidos de forma mais rápida e segura pelas equipes de saúde. Além de possibilitar aos gestores de saúde intervenção e ações estratégicas mais robustas para conter a propagação do vírus”.
O Laboratório de Genética e Biologia Molecular no CPTL é um laboratório de referência nacional para pesquisa e diagnóstico laboratorial das hemoglobinopatias. Referendado pelos principais centros de triagem neonatal (teste do pezinho) do país e pelo Ministério da Saúde. Atualmente, executa um projeto de extensão na modalidade prestação de serviço que atende solicitações de diversos laboratórios públicos e privados do país com a realização de análises eletroforéticas, cromatográficas e moleculares no apoio ao diagnóstico confirmatório das hemoglobinopatias.
Texto: Paula Pimenta, Ariane Comineti e informações do MPT24