Sem atender ao princípio da sincronicidade, realizar ensaios on-line torna-se uma tarefa árdua para regentes e coralistas nesse período de pandemia pelo Coronavírus.
Por isso, para discutir estratégias de trabalho para o canto-coral a distancia, a professora de Regência, Canto Coral, Técnica e Expressão Vocal do curso de Licenciatura em Música da UFMS, Ana Lucia Gaborim Moreira, lançou o projeto de extensão “Fórum virtual de regentes e coralistas”, dentro do edital “UFMS contra o Coronavírus”.
“Com a pandemia, os regentes ficaram bastante assustados, porque a área coral é uma das mais prejudicadas. Justamente as coisas que são positivas no canto-coral, são negativas para se evitar o vírus. Precisamos das pessoas próximas, lado a lado, que se escutem, precisamos das pessoas cantando e nesse momento milhares de partículas de saliva são lançadas no ar. Não podemos cantar de máscara, porque isso impede a projeção, ou seja, o que tem de positivo, que é aproximar as pessoas, em um trabalho em equipe, está sendo impedido pelo Coronavírus”, explica a professora.
Ainda antes de lançar o projeto, a professora realizou a primeira reunião virtual reunindo regentes de várias partes do Brasil. “Como participo de vários grupos de regentes de canto-coral e houve grande interesse, lançamos o projeto. Os encontros são realizados a cada 15 dias, em horários alternados para que mais pessoas possam participar”, diz.
Já foram realizados alguns fóruns e a ideia é manter os encontros mesmo depois da pandemia para discutir assuntos relacionados ao canto-coral infanto-juvenil. Todas as reuniões são gravadas e serão transcritas em forma de documento, para registro.
A inscrição é feita pela internet por um formulário on-line, possibilitando assim o registro dos participantes que deverão receber certificados posteriormente. O público alvo são regentes, professores de Música que trabalham com canto-coral e coralistas.
O Fórum já possui mais de cem inscritos. “Estamos discutindo a respeito de ferramentas tecnológicas para o trabalho coral a distancia, compartilhando ideias e experiencias já realizadas e que foram funcionais, discutindo a respeito de temas que fazem parte da rotina de trabalho do regente-coral, e que vão além da situação de pandemia, como repertório, preparação vocal”, completa Ana Lucia.
Manter o envolvimento, uma rede de relacionamento entre regentes de várias partes do Brasil também se faz necessário. “Isso é interessante para fortalecer a nossa classe nesse momento de pandemia, fornecendo esse suporte para que as pessoas possam realizar o seu trabalho de uma maneira mais fundamentada”, afirma.
Texto: Paula Pimenta