Humap-UFMS estabelece diretrizes para pesquisas clínicas

Captação e operacionalização de pesquisas laboratório-patrocinadas ficarão mais viáveis com padronização de contratos e fluxos

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS) participa de pesquisas clínicas há mais de 10 anos, principalmente nas áreas de pediatria, reumatologia, cardiologia e doenças infecciosas e parasitárias. No entanto, o processo burocrático desmotivava muitos pesquisadores, que precisavam se empenhar sozinhos para viabilizar as pesquisas clínicas.

Para facilitar a captação e a operacionalização das pesquisas clínicas, a Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do Humap-UFMS criou as Diretrizes Gerais de Contratos de Patrocínio para Desenvolvimento de Estudos Clínicos.

“Adaptamos a Norma Operacional nº 1 da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) à realidade do Humap-UFMS para padronizar a captação e a operacionalização, o que nos dará mais agilidade para conseguir participar de pesquisas clínicas e também facilitará a vida dos pesquisadores interessados”, explica a chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica, Paula de Oliveira Serafim.

Pesquisas laboratório-patrocinadas

As pesquisas clínicas têm 4 fases, sendo a 1ª de testagem de segurança e tolerabilidade, a 2ª de eficácia de um medicamento ou equipamento, a 3ª de confirmação do benefício terapêutico e a 4ª de avaliação das interações medicamentosas, busca de efeitos adversos e descrição de padrão de uso do produto.

As pesquisas clínicas cujas Diretrizes Gerais definidas pela GEP querem captar são as da 4ª fase. São as chamadas pesquisas laboratório-patrocinadas. Ou seja, uma instituição ou empresa que queira testar um medicamento ou equipamento patrocina a pesquisa clínica, garantindo recursos para que a fase 4 do estudo seja concluída por pesquisadores da área específica na qual está inserido o produto que ela está produzindo.

“A padronização estabelecida nas Diretrizes Gerais dá aos profissionais do Humap condições de aceitar com mais agilidade um determinado contrato, angariando recursos tanto para o desenvolvimento da pesquisa quanto um percentual para o Humap e para a GEP poderem fomentar outras ações nas áreas de ensino, pesquisa e extensão”, comenta a gerente de Ensino e Pesquisa, Maria de Fátima Meinberg Cheade.

 

Parcerias e apoios

A GEP contou com o apoio da Aginova (Agência de Desenvolvimento, Inovação e Relações Internacionais) da UFMS para estabelecer os fluxos das Diretrizes Gerais e terá como parceira para captar recursos a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura). A assessoria jurídica do Humap e da Ebserh sede também contribuíram e aprovaram o documento final.

Primeira pesquisa

A pesquisa pioneira após a elaboração das Diretrizes Gerais de Contratos de Patrocínio para Desenvolvimento de Estudos Clínicos do Humap é na área de cardiologia.

A pesquisa “Estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo para avaliar os efeitos do ácido bempedoico (ETC-1002) na ocorrência de eventos cardiovasculares importantes em pacientes com, ou em risco de doença cardiovascular que são intolerantes a estatinas” será desenvolvida pelo cardiologista Délcio Gonçalves da Silva Júnior.

“Antes não tínhamos incentivo formal da instituição, havia desconhecimento e até desinteresse, o que prejudicava a captação e, às vezes, o andamento das pesquisas clínicas. A GEP teve autonomia para buscar as soluções e finalmente conseguimos ter um padrão de contrato para financiamentos de pesquisa, regularização de bolsas e funções da equipe de pesquisa, conferindo rapidez e padronização dos processos relacionados a pesquisa”, salienta o Dr Délcio.

Núcleo de Pesquisas Clínicas

Após a padronização para captação e a operacionalização das pesquisas clínicas, o próximo passo da GEP agora é a criação de um Núcleo de Pesquisas Clínicas, para gerenciar as pesquisas desenvolvidas no Humap, trocar experiências entre pesquisadores e incentivar as pesquisas clínicas na instituição. “Já fizemos uma primeira reunião para apresentar essa intenção da gerência de ensino e pesquisa e nos colocar à disposição dos pesquisadores”, conta a gerente de Ensino e Pesquisa, Maria de Fátima Meinberg Cheade.

 

Texto e foto: Rafael Tadashi (Assessoria de Comunicação do HUMAP-UFMS)