Nesta segunda-feira, foram apresentados os resultados do projeto de extensão “Agricultura Peri-urbana em Comunidades Tradicionais e em Situação de Vulnerabilidade Socieconômica no Mato Grosso do Sul”, mais conhecido como Horta da Aldeia. O projeto tem como objetivo implantar, nas comunidades indígenas e não indígenas, um sistema de plantio em ambiente protegido e atende famílias em Campo Grande, Sidrolância, Anastácio, Dois Irmão do Buriti, Aquidauana, Nioaque, Miranda, Rio Brilhante e Rio Verde de Mato Grosso. Agora, em sua terceira fase, serão contempladas 31 comunidades, além das nove já implantadas.
Durante o evento, o reitor Marcelo Turine destacou a importância e a dimensão da ação, que está em seu quinto ano de execução e serve de modelo para outros estados. “É um projeto estratégico. Um projeto que transforma vidas e foca na questão do alimento, que é importante”.
Por meio da ação, os moradores das comunidades têm mudado a qualidade de vida e a saúde, além de conseguirem gerar renda com o excedente da produção. O projeto foi viabilizado com recursos financeiros concedidos por meio de emenda parlamentar pelo deputado federal Vander Loubet e do ex-deputado federal Zeca do PT.
“Nós estamos expandindo-o para outros estados. Isso mostra que a Universidade Federal, com o nosso mandato, com a Agraer, nós estamos conseguindo transformar esse projeto em um programa para gerar renda e principalmente melhorar a vida das nossas comunidades indígenas”, explicou o deputado federal, Vander Loubet, responsável pelo investimento inicial de R$250 mil e de R$ 315 mil reais na terceira e atual fase do projeto, que envolve direta e indiretamente mais de 20 mil pessoas.
Para o ex-deputado Zeca do PT, que concedeu R$ 400 mil reais para as duas primeiras fases de execução, o investimento na ciência é importante para viabilizar projetos como esse. “Além de tudo, da união de investimento, de recursos financeiros, com quem sabe administrar a ciência, a academia, a Universidade, nós, em parceria, tiramos a Universidade de dentro das paredes e levamos lá na prática, para que o povo indígena possa melhorar o padrão, a qualidade de vida e da sua saúde”.
As comunidades recebem ainda o apoio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), responsável por fornecer assistência técnica desde a produção até a comercialização dos alimentos cultivados nas aldeias. “Quero deixar aqui, o nosso compromisso de apoiar iniciativas como essa, onde a Universidade sai de dentro dos seus muros, através de projetos de extensão, e chega onde deve chegar, que é na população mais carente”, também destacou o diretor-presidente em exercício da Agraer, Fernando Nascimento.
O Pró-reitor de Extensão, Cultura e Esporte, Marcelo Fernandes agradeceu a atenção e apoio ao projeto, e reafirmou a aproximação entre a UFMS e a sociedade. “Extensão é levar a Universidade onde o ensino normal dela não chega. A Universidade chegou até os senhores porque uma professora, aqui, olhou para a demanda e um deputado entendeu que ele era importante”, disse.
Das 31 comunidades que serão atendidas pelo projeto, 18 estão em via de implantação e três em planejamento. Entre os resultados observados desde o início da atividade, a coordenadora da ação Vanderleia Mussi elenca a mudança no hábito alimentar, o aumento da diversidade dos produtos consumidos e vendidos, e a união dos moradores. “Eles não tinham o hábito de comer folhas, eram mais batatas, milhos, mandiocas. Então, essa mudança, eles passaram a consumir mais esse alimento. E depois, uma outra mudança é que houve todo um processo de revitalização da cultura, no sentido de que eles passaram a trabalhar mais coletivamente”.
As produções do projeto Horta na Aldeia têm sido destinadas a entidades públicas e privadas como escolas, redes de supermercado local e regional, o Centro de Distribuição de Alimentos e para os Programas Nacional de Alimentação Escolar e o de Aquisição de Alimentos.
Texto e fotos: Thayná Oliveira